Mario Gotze encheu o clássico da liga alemã entre o Borussia Dortmund e o Bayern Munique: o jovem formado no Borussia, onde chegou com nove anos e de onde saiu na última época para o maior rival, fez o primeiro golo do jogo e deu início à vitória (3-0) do Bayern.

Foram minutos que ficam para a história da Budesliga: Mario Gotze começou no banco, entrou aos 56 minutos para o lugar de Mandzukic e ouviu uma enorme assobiadela, continuou a ouvir assobios de cada vez que tocava na bola, até que dez minutos depois recebeu um passe de Muller dentro da área e rematou de trivela para o fundo da baliza.

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Nessa altura o Signal-Iduna Park calou-se: um silêncio sepulcral. Nas bancadas apenas rostos incrédulos e sinal de dor: aquele já foi o filho mais querido acabara de regressar a casa para marcar pelo maior rival.

Gotze portou-se bem e não celebrou, de imediato levantou os braços ao ar como que a pedir desculpa, mas nada disso muda o essencial: o Bayern voltou a vencer o Borussia três anos depois da última vez e começou a fazê-lo com um golo de Gotze.



Claro que depois, nos cinco minutos finais, o Bayern abrilhantou a vitória com números gordos, que tornam o resultado exagerado. 

Thiago lançou Robben que correu largos metros e finalizou por cima de Weidenfeller, aos 85 minutos, Muller fez o terceiro aos 88 minutos, numa fase de completo desnorte do Borussia.

Pep Guardiola saiu de Dortmund de sorriso rasgado, depois de uma vitória justa, por números algo exagerados e que premeia a insistência do espanhol: o Bayern teve quase sempre a posse de bola e o controlo do jogo, insitiu em várias variantes no meio campo, acabou até por recuar Javi Martinez para central para colocar em campo mais um criativo como Thiago Alcântara, ele que mudou a capacidade dos bávaros em sair para o ataque.

À medida que o tempo passava o Bayern aumentava o controlo do jogo, até que chegou aos golos.

O Borussia Dortmund parece ter entrado em campo muito condicionado pelas lesões dos titulares da defesa: Hummels, Subotic e Schmelzer não foram opção, Jurgen Klopp teve até de contratar o veterano Friedrich durante esta semana, ele que estava desempregado desde o final da época passada e foi titular logo na estreia em dia de clássico.

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Estes condicionalismos fizeram o Borussia tornar-se menos empolgante do que o habitual, apostando numa estratégia mais conservadora: a equipa recuou sem bola e pressionou muito a primeira zona de construção do Bayern. A ideia era não deixar o adversário chegar com perigo ao ataque.

Com isso o jogou torna-se menos interessante, claro. Até que Guardiola mudou tudo: tirou o ponta de lança, meteu um médio ofensivo e a partir daí marcou três golos. Impressionante.

O texto não pode acabar sem destacar a importância de Manuel Neuer: o guarda-redes do Bayern Munique foi essencial. O Borussia, mesmo tendo menos bola, conseguiu sair várias vezes com velocidade para o ataque, Reus e Lewandowski tiveram várias ocasiões para marcar, mas encontraram sempre um Neuer inspirado e que segurou a vitória do Bayern Munique, e o primeiro lugar cada vez mais confortável.

Como o Borussia Dortmund é um clube especial, e no final de uma semana muito difícil, os cerca de 80 mil adeptos que lotaram o Signal-Iduna-Park fizeram questão de se despedir da equipa com um enorme aplauso depois da pesada derrota com o rival: Klopp e os jogadores ficaram até emocionados.

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