Marius Niculae passou a última terça-feira em Lisboa: andou com Toñito pela cidade, visitou o museu leonino, recordou os troféus que ganhou, incluindo um título nacional, assistiu ao jogo no camarote e no final ainda reencontrou Cristiano Ronaldo.

Foi no fundo um dia em grande.

«Disse ao Sporting como podia arranjar um bilhete para vir ver este jogo e a direção disse-me logo para vir que era convidado deles», contou ao Maisfutebol.

«Já tinha saudades de estar aqui. Fui com o Toñito ver as taças que nós ganhámos aqui e foi uma sensação muito boa. Para mim parece que aconteceu tudo ontem.»

Pelo caminho ouviu mais de 50 mil pessoas cantar «O mundo sabe que» em uníssono, no arranque do jogo com o Real Madrid, e diz que ficou com pele de galinha.

«Foi uma coisa impressionante... mesmo, mesmo impressionante», confidenciou.

«Sentes a emoção mesmo à flor da pele. Sentes uma emoção muito grande. Foi lindo».

Niculae não ficou porém surpreendido: diz que já no tempo dele era assim.

O que é verdade: «O mundo sabe que» é uma música criada no ano em que o Sporting foi campeão pela última vez, num plantel que contava com o avançado romeno.

«Os adeptos lembraram-me o tempo em que estive aqui, sempre a apoiar e a fazer a festa. São fantásticos e merecem ser campeões. Lembro-me muitas vezes da música que me dedicavam e gostei de os ouvir novamente, agora a cantar outras músicas», referiu.

«Acho que deixei uma marca no Sporting, porque os adeptos lembram-se de mim, param-me na rua e pedem uma fotografia. Podia ter voltado em 2013, não aconteceu e fiquei triste. O regulamento não me deixou, já tinha jogado por dois clubes, mas pronto, pode ser que volte no futuro: o Sporting é a minha casa e Portugal é o meu segundo país.»

Se o fizer, será como dirigente, acrescenta.

O romeno pendurou as chuteiras no final da última época e agora está em casa, a apreciar a companhia da família. Mas já tem planos para o futuro.

«Para o ano regresso ao futebol. Vou tirar o curso de treinador, mas primeiro quero regressar como diretor desportivo de um clube.

Também por isso vai vendo todos os jogos que pode, tentando tirar o máximo conhecimento das observações que faz. Em Alvalade, por exemplo, viu uma equipa forte.

«O Sporting é uma equipa muito junta, muito compacta, que pressiona lá em cima, mas hoje não foi possível mais, também porque o Real Madrid é muito forte: tem muitos jogadores que podem fazer a diferença. Mas gostei do Sporting, não deu o jogo por perdido antes de começar, foi sempre muito forte coletivamente», atirou.

«O Real Madrid chegou duas vezes à baliza e marcou dois golos. Mas é assim: tem jogadores que decidem num segundo. Acho que o empate era o resultado correto. Foi um resultado pesado para o Sporting, que lutou muito e que foi solidário.»

Também por isso acredita que pode regressar em breve a Lisboa, mas para festejar.

«Agora têm faltado títulos ao Sporting, mas espero que isso aconteça este ano. Se jogar como hoje, acredito que o vai conseguir. No ano passado teve muito azar, espero que agora a estrelinha mude e que tenha sorte. O clube e os adeptos merecem-no.»