O Sp. Braga entregou na Câmara Municipal, há cerca de um ano, o projeto do novo Estádio 1º de Maio, o qual seria totalmente financiado pelo clube e se tornaria propriedade do mesmo. O projeto em causa previa a requalificação de toda aquela zona da cidade, como o Maisfutebol agora mostra.

Segundo o projeto a que o nosso jornal teve acesso, o Sp. Braga justificou junto da Câmara a necessidade de regressar ao 1º de Maio por incapacidade do atual Estádio Municipal em responder às modernas necessidades de conforto do espetadores e crescimento do clube.

Nesse sentido, e após um projeto de estudo de uma solução que durou um ano, o Sp. Braga concluiu que a melhor solução seria o regresso ao histórico Estádio 1º de Maio.

Entregou a remodelação do recinto aos mesmos arquitetos que construíram o Estádio do Dragão e avançou para um projeto que prevê que a Porta da Maratona e a fachada, em toda a sua extensão, sejam preservadas, remodelando-se totalmente o interior do recinto, onde haverá 20 mil lugares sentados, todos cobertos, com lugares pensados para os segmentos público de bancada, família, empresas e adeptos visitantes.

O Camarote Presidencial e Lounge VIP terão aproximadamente 100 lugares, haverá boas condições de acesso para pessoas com mobilidade reduzida e estacionamento para 800 viaturas. O espaço media terá um auditório e circuitos simples de acesso às zonas de apoio.

A remodelação total do Estádio 1º de Maio prevê, de resto, a preservação dos elementos históricos e arquitetónicos do atual recinto e a criação de um edifício multiusos no espaço do atual campo de treinos, o qual teria três onas: área de entretenimento, foodcourt temático e escritórios empresariais. Será ainda construída uma unidade hoteleira.

A poente do estádio será construído um novo complexo destinado ao atletismo.

O Estádio 1º de Maio formaria, desta forma, em conjunto com os parques da Ponte e do Monte Picoto um enorme parque central na cidade de Braga, que incluiria ainda os atuais Pavilhão do ABC, piscina municipal e Altice Forum.

Será construída uma nova centralidade na cidade, com atividades que criem fluxo pessoas todos os dias da semana, particularmente devido ao Espaço Multiusos, com uma área de entretenimento, espaços de restauração e lugares de estacionamento.

O clube, no projeto apresentado, propõe ficar responsável pela remodelação do Estádio 1º de Maio, pela construção do Espaço Multiusos e pela construção do hotel, numa obra total orçamentada entre 50 e 60 milhões de euros.

Cabe à Câmara Municipal a construção da pista de atletismo, as alterações necessárias na rede viária, as obras nos Parques da Ponte e do Monte Picoto e a cedência ao clube dos lotes dos Estádios 1º de Maio e do Espaço Multiusos.

Ora é precisamente esta cedência de terrenos que nesta altura está a atrasar o projeto.

O Sp. Braga defende que entregaria o Estádio Municipal, o qual está arrendado por dez anos, logo que o Estádio 1º de Maio esteja concluído e justifica a mudança de recinto porque, apesar de todo o impacto externo positivo do multipremiado Estádio Municipal, os níveis de conforto, experiência e funcionalidade proporcionados sempre foram manifestamente insuficientes. O que tem conduzido a que todos os anos a taxa de ocupação das bancadas seja inferior, apesar do sucesso desportivo do clube.

O clube considera que se torna cada vez mais evidente que as características de construção do recinto reduzem dinamismo, dificultam a modernização e afastam os patrocinadores. Por isso o Sp. Braga vê bloqueado o crescimento do segmento «negócio estádio».