Quando, há pouco mais de um ano, assinou por cinco épocas com o Benfica, Nuno Coelho estaria, certamente, à espera de poder discutir um lugar no plantel às ordens de Jorge Jesus. Passado esse tempo, o médio natural da Covilhã voltou a ver-lhe negada a possibilidade e terá sido, até, com alívio que viu surgir a oportunidade de rumar ao Aris de Salónica.

Afinal, depois de semanas a treinar-se sozinho, voltar a ter uma perspetiva de futuro era tudo o que queria. «Gostava de ter sido tratado de forma diferente, mas não me cabe a mim gerir o clube e sim aos dirigentes. A mim compete-me jogar, seja onde for. Agora é claro que gostaria de ter tido mais oportunidades ou que tivesse sido mais valorizado o que fiz ao longo da época», desabafa o internacional sub-23 ao Maisfutebol.

Depois de ter estado apenas dois meses ao serviço do Villarreal, de Espanha, durante o Verão de 2009, antes de rescindir com o F.C. Porto e rumar à Académica, Coelho admite que ambicionava voltar a emigrar. «Estava nos meus planos, até para abrir novas portas e mercados. Quero jogar e descobrir novos campeonatos», assegura.

O Aris, afirma, almeja conseguir a manutenção e reformulou bastante o plantel, apostando em jovens jogadores gregos, «mas a grandiosidade do clube» permite pensar sempre «em outros voos». «Só tive treinos até agora, mas estou a gostar do que tenho visto. É um grande na Grécia, com muitos adeptos. Será mais uma experiência no estrangeiro para mim», admite.

Nuno Coelho viajou na semana passada para Salónica, na companhia de um representante da Sportis (Pedro Faustino), que o tem ajudado na adaptação.

«Crise grega? Não vejo aqui nada que não veja em Portugal»

As seríssimas dificuldades económicas da Grécia não parecem ter reflexos de monta no dia-a-dia. Pelo menos por aquilo que se apercebeu, Nuno Coelho não nota grandes diferenças para o nosso país. «Não vejo aqui nada que não se veja em Portugal. Claro que estou aqui apenas há uma semana e a crise é mundial, mas não é algo muito visível.»

Nem é previsível que note nos próximo tempos, porquanto o ex-Beira Mar está preocupado sobretudo em «jogar bem, evoluir e ver o que acontece». Talvez ainda a tempo de provar que as coisas na Luz poderiam ter seguido outro rumo.



[artigo original. 20h12]