Nuno Gomes tornou-se capitão do Benfica no ano que agora terminou. Em entrevista ao Maisfutebol o avançado falou da liderança no balneário, local onde já teve de levantar a voz. Leia e veja o VÍDEO.
Maisfutebol: No ano de 2007 tornou-se capitão do Benfica. Por antiguidade ou porque tem mesmo vocação?
Nuno Gomes:
Acima de tudo é por antiguidade pois sou o jogador com mais anos do clube, juntamente com o Moreira. Sinceramente não sei se tenho vocação para ser capitão. Fui capitão quando comecei em Amarante. Também cheguei a sê-lo nas camadas jovens do Boavista. Era-o muitas vezes nas selecções jovens e já aconteceu na selecção principal. Sei onde quer chegar. O capitão normalmente tem vocação para ser capitão e líder. Quanto a mim, um líder é uma pessoa que é respeitada por todos e sinto que os meus colegas me respeitam. Sinto que no balneário do Benfica há muitos jogadores com essa capacidade.
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E é fácil gerir o facto de existirem muitos jogadores com essa capacidade?
É fácil porque não há rivalidades desse tipo no balneário. Quando há uns anos houve uma polémica pela braçadeira do Benfica, eu sempre disse que o capitão não tem de ser aquele que enverga a braçadeira. Todos temos de ter um pouco de capitão, para formar um balneário saudável e forte. Neste momento sinto que temos um grupo de jogadores experientes que podem transmitir aos que vão chegando, e aos mais novos, aquilo que é o Benfica. Não me sinto líder de coisa nenhuma, porque também acho que não tenho de ser líder de coisa alguma.
Já alguma vez teve de levantar a voz no balneário do Benfica e impor-se como capitão?
(Risos) Isso fica entre nós. Uma ou outra vez. Nada de especial.
Já consegue lidar com a exigência de ser capitão?
Consigo perceber que quando eu falo os jogadores ouvem e respeitam-me, como consigo saber que quando o Rui Costa fala os jogadores ouvem. Quando o Petit ou Luisão falam, os jogadores ouvem.
São esses os quatro capitães do Benfica.
Sim, somos os quatro. Eu não queria ir buscar esse aspecto, mas é tudo uma questão de bases e educação. Eu quando não era capitão também falava e as pessoas ouviam-me, portanto não é preciso ter a braçadeira no braço para mostrar autoridade.
Não há liderança a mais no Benfica?
Não, nem por sombra. As questões que os jogadores precisam de resolver, resolvem dentro do balneário e normalmente ficam lá.
Algumas já foram inclusive tornadas públicas.
Infelizmente. O Benfica é muito grande e há sempre essa curiosidade de se querer saber coisas sobre o balneário do Benfica. Desde que estou na Luz foi assim. É com certeza um ponto que nós perdemos em relação ao F.C. Porto, porque no Sporting também se passa a mesma coisa (risos).
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