O Rio Ave está a ser uma das agradáveis surpresas do campeonato. Ainda não deslizou com os grandes. Empatou com o Sporting (0-0), em Vila do Conde, conseguiu a mesma proeza na Luz, onde esteve a perder por dois golos frente ao Benfica, mas deu a volta ao texto (3-3). Agora, segue-se o F.C. Porto, no Dragão, onde os azuis e brancos já perderam por duas vezes. «Podemos fazer uma gracinha», confessa Gama ao Maisfutebol sobre o jogo de domingo. «No ano passado, estivemos perto de conseguir o empate, mas um penalty, no final do jogo, prejudicou-nos». Por isso, há que ter fé: «Somos uma equipa que encara os grandes como o Gil Vicente ou o Moreirense com o devido respeito. Sentimo-nos motivados».
O experiente avançado recorre às mais recentes recordações para explicar a sua tese. «Esta época, várias equipas roubaram pontos ao F.C. Porto, no Dragão. O Rio Ave também pode conseguir», referindo-se ao Boavista (1-0) e ao Beira Mar (1-0), que derrotaram os azuis e brancos, não se esquecendo do Estoril, que alcançou um importante empate (2-2). «O F.C. Porto está mais frágil, porque não tem conseguido ganhar tantas vezes. Porquê? Mudou de treinador e de jogadores e isso tem os seus custos. Mas tem vindo a subir de produção, pois a conquista da Taça Intercontinental deu moral à equipa». Mas Gama não desvaloriza o adversário de domingo: «É um sério candidato a ganhar o campeonato».
No baú das recordações, o capitão do Rio Ave recorda o único resultado positivo da sua carreira, ao serviço dos vila-condenses, no recinto dos portistas. Um empate a dois golos na época 1996/97: «Era um jogo muito importante. Conseguimos a permanência depois de termos atirado a toalha ao chão. Lembro-me de um golo do Martins, um central que não sabia chutar com o pé direito, mas marcou um golo fabuloso, com o pé direito, num remate de fora-da-área. Ainda hoje falámos desse golo». Foi um jogo interessante em que «o F.C. Porto só empatou na segunda parte» de um jogo histórico.
«Mesmo aqui, no nosso estádio, só me lembro de perder uma vez com o F.C. Porto», recorda Gama. Por isso, estes jogos são sempre apetecíveis e com pequenas histórias para contar. «Houve um jogo em que o Paulinho Santos passou o tempo todo a gritar para o China, um jogador do Rio Ave, rematar de longe. A determinada altura, o China lembrou-se de rematar e fez um grande golo. O Paulinho é que não gostou muito...» Domingo, no Dragão, vamos ver como será...