Durante este tempo de Paulo Fonseca no FC Porto, o principal problema sempre foi o meio campo.

É verdade que a defesa ofereceu três ou quatro golos. E também é verdade que nas alas não reina propriamente o entusiasmo. Mas o meio campo é que era.

A entrada de Carlos Eduardo permitiu ao FC Porto ter alguém que aparece em vez de alguém que está.

O brasileiro cai nas alas, procura a bola junto de Fernando e Lucho e nem por isso deixa de surgir perto de Jackson e de se colocar em boa posição para rematar.

Como é um rapaz humilde, como afirmou o treinador, acrescenta a isto trabalho sem bola, um aspecto que mais tempo de futebol europeu ajudará a consolidar.

Carlos Eduardo tem 24 anos e provavelmente não jogará sempre a este nível. Mas é uma ótima opção.

Dito isto, não compro o discurso de Paulo Fonseca sobre a gestão do brasileiro.

Entre Quintero, Herrera e Carlos Eduardo, o brasileiro seria sempre o mais adaptado a Portugal e aquele que teria melhores condições para poder entrar na equipa. Afinal, é mais velho e já jogava em Portugal. E no entanto foi logo afastado da lista para a Liga dos Campeões e remetido para a equipa B.

Neste processo, existiu uma de duas coisas: má avaliação dos três médios em questão ou uma opção ditada pelo custo de cada um deles. Deixar para trás Carlos Eduardo era a solução mais fácil. O tempo está a provar que foi um erro.

O tempo poderá também, um dia, apresentar-nos Herrera como um jogador importante no FC Porto e Quintero como um futebolista que entende o mínimo sobre os aspetos táticos do jogo para não ser outro Iturbe. Como o futebol é um jogo que mantém uma relação nem sempre linear com o tempo, é evidente que Carlos Eduardo é, neste momento, a melhor opção. E no futebol só há jogos hoje. Amanhã é sempre longe de mais.