Vítor Maçãs, treinador do Mirandela, em declarações no final da derrota em casa com o Gil Vicente (1-2), após prolongamento (golo de penalty aos 118 minutos), ele que não quis falar de arbitragem mas agradeceu a presença da banda de bombos e... «dos três cabeçudos»:

«É um sentimento agridoce que tenho nesta altura. Sempre fizemos um jogo positivo. O primeiro golo deixo para vocês comentarem, mas começa a ser um hábito neste país os pequeninos pagar a crise. Parece que os grandes não têm de se sujeitar a isso e é um facto que me entristece.

Durante a semana, ao falar com os meus jogadores, disse-lhes que somos um Mini 1275 GT dos anos 70: um carro bem artilhado, com alguma cilidrada, mas com algumas limitações, não temos ar condicionado, não temos direção assistida, não temos airbag, nem sequer temos GPS.

O Gil Vicente não, o Gil Vicente é um clube de outra dimensão, de outros pergaminhos e que não tem culpa de nada. Mas no jogo pelo jogo, no futebol, fizemos por ter mais e merecemos mais. Não vou permitir que ninguém diga que fizemos um jogo negativo ou que não quisemos ganhar.

Acabámos por morrer na praia, estamos resignados, mas creio que merecíamos um pouco mais pelo que fizemos em campo. Mas foi um bom jogo de futebol, no qual os grandes ganharam e os pequenos perderam. Resta-nos descer à terra e focarmo-nos no nosso objetivo que é o campeonato.

Gostaria de felicitar o Gil Vicente pela vitória, tenho de felicitar também o meu grupo trabalho, porque estiveram à altura do jogo, por fim tenho de felicitar a moldura humana que tivemos aqui: Trás-os-Montes viveu um dia de festa e mostrou que as pessoas aqui gostam de futebol.»