A primeira volta ameaça terminar de forma quente, com um sempre escaldante duelo entre Benfica e FC Porto. Mas as temperaturas prometem atingir níveis elevados já esta sexta-feira, a norte, e com epicentro no Minho. Sp. Braga e V.Guimarães medem forças. Há, portanto, muito mais do que três pontos em jogo.

Os dois senhores do Minho encontram-se de barriga cheia. Os da casa, o Sp. Braga, ostentam pomposamente o título de vencedor da Taça da Liga, conquistado em Coimbra aos dragões. Por sua vez, o V.Guimarães é o detentor inédito da Taça de Portugal repescando a alcunha de «Conquistadores», a ponto de ter esse nome timbrado na camisola.

«Quando cheguei aqui, ganhar ao Vitória de Guimarães era quase fazer o nosso campeonato e neste momento isso não é verdade. Temos outros rivais, nomeadamente os grandes, e isso é sinal de crescimento, maturidade e grandeza», referiu Jesualdo Ferreira na conferência de imprensa de antevisão ao jogo reportando-se à primeira passagem pelos bracarenses.

Sinal dos tempos, da grandeza de ambos os clubes, da importância do jogo e ao mesmo tempo certeza de que qualquer que seja o estatuto ou o posicionamento de cada clube na tabela classificativa, cada dérbi minhoto é certeza de uma nova folha em branco, disponível para alinhavar novos capítulos desta antiga rivalidade que extravasa para lá daquilo que é o futebol.

A pedreira dos horrores para o V.Guimarães

O cenário desta época é ligeiramente diferente daquilo que têm sido os dérbis no novo anfiteatro bracarense. O V.Guimarães aparece no terreno do rival com quatro pontos de adianto sobre o Sp. Braga.

Aconteceu apenas uma vez na história da pedreira e, por isso, ver o rival em cima na classificação é coisa a que as novas hostes bracarenses não estão acostumadas. A pedreira é comprovativo disso mesmo. Nunca viu o V.Guimarães sair a rir-se com os três pontos da cidade dos arcebispos.

Dez jogos, nove triunfos arsenalistas e apenas um empate tirado a ferros pelo V.Guimarães sem golos. Ir à pedreira tem sido um autêntico conto de horrores para os «Conquistadores», quase sempre trucidados pelos «Guerreiros».

O ultimo triunfo vimaranense em terreno bracarense aconteceu a 3 de novembro de 2002 ainda no velhinho Estádio 1º de Maio, onde os vitorianos foram mais vezes felizes. Separados por quatro pontos, o Vitória está neste momento no quinto posto da classificação, em lugar europeu. O Sp. Braga está em sétimo, com 19 pontos, em perseguição ao comboio europeu.

Intendente Daniel Mendes espera jogo tranquilo

Os responsáveis do Sp. Braga esperam uma casa a rondar os 12 mil espetadores. O preço dos bilhetes e a data do jogo são uns dos motivos para que, a confirmarem-se estes números, estejamos perante um dos dérbis com menor assistência na pedreira. São esperados cerca de 300 adeptos do V.Guimarães.

Ainda assim, um confronto entre Sp. Braga e V.Guimarães obriga sempre a um dispositivo especial de segurança, até porque se trata do primeiro jogo em Braga depois dos confrontos registados entre as equipas B na época passada.

Ao Maisfutebol o Intendente Daniel Mendes, do Comando Distrital de Braga da PSP e responsável pela operação, garante que o jogo está a ser preparado com todo o cuidado. «Estarão no terreno os meios e os efetivos necessários para que esteja garantida a segurança. É um jogo de risco elevado como diz a Liga e serão tomadas as precauções deste tipo de jogos», disse.

«Vai ser tido um cuidado especial no acompanhamento dos adeptos que se deslocam de Guimarães, os adeptos do Vitória, e também aos adeptos do Braga que necessitem especiais cuidados», referiu.

O apito inicial está agendado para as 20h desta sexta-feira no Estádio AXA. Olegário Benquerença dirige os destinos de mais um capítulo daquele que é já um clássico do futebol português.