Um dia destes estava a ver um jogo da Premier League e de repente o árbitro apitou grande penalidade. Seguiu-se o habitual. Ligeira discussão, tristeza, esperança, adeptos ansiosos, bancos nervosos. Quando tudo acalmou, a realização mostrou um plano em que se via o avançado, de costas, e o guarda-redes, de frente, pronto para a missão tantas vezes impossível.

No ecrã, sobre a direita, apareceu um grafismo. Uma baliza e a indicação do local escolhido por aquele jogador para enviar a bola nas últimas vezes em que tinha sido chamado a bater um penálti. Durante segundos ficámos a saber tanto (ok, quase tanto…) como o guarda-redes adversário.

Estes dados, e milhares de outros, são recolhidos por empresas especializadas e partilhados entre clubes, empresas de media e casas de apostas.

O futebol tornou-se um jogo de números. A informação detalha sobre equipas e jogadores é cada vez mais levada a sério por treinadores, futebolistas, jornalistas, comentadores e, claro, também adeptos.

Saber para onde o avançado costuma rematar pode fazer toda a diferença no minuto seguinte da vida do guarda-redes. Para o avançado, saber que o guarda-redes sabe é mais uma derivada a ter em conta. Para nós, os que vemos, é só outra forma de nos aproximarmos do jogo tal como ele é vivido no relvado.

A Opta é uma das empresas cuja razão de existência é o desenvolvimento e exploração deste lado do jogo. (quem quiser mais pode ir por aqui)

Além de produzir análise para clientes com interesses muito diversos, a Opta espalha o seu conhecimento por diferentes contas de Twitter. E é por isso que escrevo sobre o tema.

Este é um tempo em que ver um jogo já não chega. Cada golo, cada penálti, cada canto fazem parte de um conjunto de dados, de uma história. A Opta partilha connosco parte dessa história, o que é particularmente impressionante por acontecer em tempo real.

Um exemplo.

O West Ham-Manchester City, jogo relativamente obscuro da Taça da Liga inglesa, motivou diversas entradas no Twitter.

Pouco antes do início da partida, quando foram conhecidos os onzes.


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Depois do primeiro golo.


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O outro lado, o de quem sofria.


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No final do jogo, um tweet que dava a dimensão histórica ao que acabara de suceder em Londres.


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A conta OptaJoe, seguida por 481 mil pessoas, um pouco por todo o mundo, especializou-se em futebol inglês, mas há outras, muitas outras. Para os campeonatos mais relevantes e para diferentes competições e desportos. No tempo do «second screen» (uma outra forma de escrever que já não conseguimos ver televisão sossegados), o twitter equivale a ver um jogo com amigos. Neste caso específico, aquele amigo que sabe mesmo da coisa.

(outras empresas e projetos nesta área, com abordagens diferentes às redes sociais: Prozone, Amisco e z onalmarking)

Dial-up é uma nova secção do Maisfutebol, da responsabilidade de Luís Sobral. Fala sobre tudo o que junte desporto e internet. Se tiver susgestões, envie-as para lsobral@tvi.pt