O V.Guimarães-Sp. Braga promete renascer as emoções fortes no Minho quando os dois maiores emblemas da região se encontram este domingo pelas 20h15. «Compreendo que para os adeptos, quer de um lado, quer do outro, este seja mais do que um jogo», diz Cajuda.

«São jogos interessantes e bons. E feito para o povo, que gosta destes jogos e os jogadores também gostam de jogar. Ainda bem que é assim. O grau de dificuldade faz subir a emoção, é razoável que isso aconteça e espero um bom espectáculo. Tenho a certeza que o Minho fica mais forte com estes jogos. Para quem se apaixonou pelo Minho como eu fiz e dizem que sou um algarvio com a maior costela minhota que existe, não saber respeitar a grandeza destes dois clubes e o estatuto que estes jogos conferem ao futebol minhoto, é desumano. É um jogo fantástico! E acho que isto fazia falta. No fundo, no fundo, os adeptos, quer de um lado, quer do outro, com todas as guerrinhas que têm, sentiam falta disto. É provável que alguns dos meus amigos que tenho em Braga me chamem nomes, mas Deus ensinou-me a perdoar», sorri na projecção do encontro.
E se Cajuda não aponta favoritos, o exercício de olhar para a tabela classificativa é propício a perceber que o V. Guimarães estará mais moralizado do que um Braga aparentemente mais intranquilo. «Os derbies são sempre assim, uns chegam sempre melhores e outros piores. Não sei se o Braga estará intranquilo, não é importante para mim. Sei que provavelmente o Braga pensaria vir jogar este jogo com uma classificação melhor. É público a motivação e objectivos do Sp. Braga. Nós vamos fazer o nosso jogo. Nestes derbies não há vencedores antecipados e depois há a perspectiva de cada lado. Provavelmente serei o treinador que mais fez Bragas-Guimarães e Guimarães-Bragas. Domingo vou fazê-lo do outro lado, é interessante para mim», assumiu.
Apesar das reservas devidas, Manuel Cajuda sabe o estado de espírito entre as duas equipas será diferente. «É verdade. Provavelmente o nosso estado de espírito é melhor do que o adversário. Sei que o nosso é bom, não sei é a influência que isso vai ter no jogo. O Vitória no jogo com o Sporting não ficou minimamente frustrado por ter sido eliminado. Tivemos um grau de equilíbrio entre frustração/satisfação. Frustração, porque a gente trabalhou o suficiente, jogamos muito bem e merecíamos ter passado. Fomos uma equipa mais forte do que o Sporting no conjunto do jogo. A satisfação foi ver a demonstração de qualidade que a equipa deu, mas particularmente uma coisa que é extremamente importante: a aceitação que vocês tiveram pela equipa, equipa que foi aceite pela crítica, pela Imprensa, pelos adeptos. É justo! O que me dá satisfação foi a aceitação que a equipa teve por parte de toda a sociedade envolvente do desporto e o veículo-crítica é especial. E o que disseram: sim senhor, aqui temos uma boa equipa, não é uma super equipa, mas felizmente o V. Guimarães tem uma boa equipa. Para nós é um factor radiante! Se alguém não sabe, eu sei da importância que a crítica tem e como é bom ela estar do nosso lado. Nunca vimos a crítica como um inimigo declarado e queríamos que ela estivesse próxima de nós. Conseguimos isso e dizemo-lo com alegria», rejubila o treinador do V. Guimarães.
Sobre a gestão do plantel, a perspectiva obedece a movimentos pensados por antecipação. «Não é treinador quem quer, pagam-me para arranjar soluções e não desculpas. Temos o calendário feito com antecedência e prioridades na gestão do treino. Tudo será feito em consonância com o sorteio e os jogos. Agora, por exemplo, lutar para ir a um lugar europeu e depois quando se vai dizer que ficou cansado, é melhor não ir. Não custa nada. Na Taça da Liga, os clubes não eram obrigados a concorrer. Se o fizeram é porque aceitaram os jogos. Depois perante a realidade há que gerir a gestão de tudo, do esforço, dos equilíbrios fisiológicos do treino e dos jogos no organismo. As coisas fazem-se com antecedência», resumiu em traços gerais.