A história de Tim Montgomery, antigo recordista mundial dos 100 metros, é dramática. Condenado à prisão até Janeiro de 2016, por fraude bancária e venda de heroína, Montgomery abriu o coração numa entrevista ao Times e falou de tudo.
A começar pelo doping, que o afastou das pistas de atletismo em 2005. Tudo por culpa da luta obsessiva pelo estatuto de homem mais rápido do mundo. Uma luta perdida, na altura, para Maurice Greene.
«Eu queria tudo o que ele tinha. Era embaraçoso vê-lo a rir-se de todos os outros. Para mim era algo pessoal», referiu Montgomery. «A pressão para vencer era esmagadora. Os organizadores das competições não facilitavam e diziam que só me podiam pagar o que pagavam aos melhores se eu fosse capaz de fazer os mesmos tempos.»
Tim Montgomery soçobrou e entregou-se ao doping, tudo para bater o recorde mundial do hectómetro, algo que conseguiu em Setembro de 2002. «Não podia deixar que nada bloqueasse a minha ascensão ao topo.»
A turbulenta relação com Marion Jones
Na mesma entrevista, Tim Montgomery falou também da relação com Marion Jones. A antiga campeã olímpica ¿ ganhou cinco medalhas em Sidney, mas perdeu-as após confessar o recurso a substâncias dopantes ¿ foi mais uma pedra gigantesca no percurso de Montgomery.
«Foi tudo muito rápido. Conhecemo-nos num voo para Roma, duas horas depois estávamos no quarto de um hotel, duas semanas mais tarde tornámo-nos os mais velozes do mundo e seis meses depois ela estava grávida.»
A harmonia do casal depressa deu lugar ao caos. «Ela era uma esposa excitante mas instável. Falou várias vezes em suicídio. Pensava que era muito forte, mas não.»