Bruno Saraiva orientou o treino desta manhã, e foi de imediato apresentado com novo treinador do Olhanense, sucedendo a Manuel Cajuda, ontem demitido.

O jovem treinador, de 38 anos, assinou até final da época e será coadjuvado por João Lapa, recuperador e preparador físico, e Rui Tavares, treinador de guarda-redes, fechando a equipa técnica um adjunto, ainda por contratar.



«Estamos todos conscientes do risco e do porquê de eu estar aqui. A três jornadas do fim e com 18 dias de trabalho pela frente, venho para colaborar dentro daquilo que for possível, porque estamos a falar de um trabalho coletivo e não de um trabalho que irá só ser realizado por mim, pois apenas acrescentarei uma pequena parte.», começou por dizer.

«Apelo aos nossos atletas e adeptos para que compreendam o que está em jogo, pois não é só nos momentos de euforia que necessitamos que estejam presentes. Precisamos deles mais nesta altura do que em alturas de celebração. No domingo precisamos de todos os olhanenses, que nos apoiem e compreendam que em momentos do jogo não seremos uma equipa brilhante, mas uma equipa determinada e convicta de que vai conseguir a manutenção», elogiou.

«Fui recebido de forma fantástica! Para alguns jogadores parecerei novo, para outros velho. Alguns foram meus colegas e os outros já têm tempo suficiente para perceber as dinâmicas de uma equipa de futebol é isto, em que entram uns e saem outros. Estamos focados no jogo com o Rio Ave e eles mostraram no treino que estão determinados em provar que vão conseguir», continuou.

Bruno Saraiva não teme o risco de ter saltado do Moncarapachense, clube dos distritais da A. F. Algarve, para o principal campeonato nacional. «Salto do distrital mas já levo dez anos como treinador de futebol! Há treinadores que chegaram à primeira liga sem antes terem treinado qualquer equipa. Joguei uns aninhos, tenho experiência de treinador, e, para quem treina em condições desfavoráveis no distrital e chega aqui, com estas condições, penso que será até mais fácil explanar as nossas ideias».

Conhecedor do plantel do clube algarvio Bruno Saraiva sabe o que terá que fazer. «Algumas das carências que detetei no plantel, ficam para mim. Estou focado em encontrar soluções para resolver esses problemas. Subscrevo o que disse o Sr. Cajuda, em que temos uma equipa com qualidade e que apresenta futebol suficiente para estar noutro lugar na classificação. Calharam-nos estes jogos (Rio Ave, Sporting, Marítimo) e tentaremos fazer o melhor possível, para conquistar os pontos necessários para conseguirmos os nossos objetivos. Nunca se pode avaliar se chegamos tarde de mais, ou na altura certa», finalizou.

Isidoro Sousa, presidente do Olhanense explicou a mudança de treinador. «A direção achou que era necessário uma mudança, renovar o clube. Sendo um amigo e um homem de Olhão, não foi fácil terminar o casamento do clube com Manuel Cajuda, que trabalhou de corpo e alma pelo clube e que percebeu quando falei com ele cara-a-cara. É com mágoa que o vejo partir», admitiu.

«Ofereceram-nos vários treinadores, mas pensámos num homem que conhecesse os cantos à casa. O Bruno Saraiva foi uma escolha sensata da direção, esteve 17 anos no clube e o seu trabalho estava a ser seguido, pois estava no Moncarapachense, nosso clube satélite. Não falámos com mais nenhum treinador, foi a nossa primeira escolha.», justificou.