«Espero que o Targino não fique triste, mas sonhar com a Liga Europa....Acho que se deve sonhar, mas de qualquer maneira, Targino, se contribuíres para ficarmos acima dos dois últimos não é mau. Está bem? Penso que já é muito bom!». Foi com esta declaração que Sérgio Conceição, treinador do Olhanense, refreou a ambição do reforço Tiago Targino, que pouco antes tinha falado em lutar por uma qualificação europeia.

Para além do técnico, também o presidente Isidoro Sousa esteve presente na apresentação do avançado português e do somali Abdi, demonstrando a união entre direção e equipa técnica, numa altura em que isso começava a ser colocado em causa, dada a falta de reforços para compensar a saída de oito titulares.

«O que o presidente disse é uma realidade. Estamos juntos para formar um grupo competitivo, face às exigências da Liga, o que não é fácil. Penso que nos últimos anos não houve nenhuma equipa profissional que vendesse oito titulares, e daí a nossa compreensão para um momento em que as equipas pequenas vivem muito das vendas, e daí a minha solidariedade. Esse é o meu papel, formar uma nova equipa, que seja competitiva, coesa e com princípios bem definidos e que no fim do ano estejamos a festejar mais uma permanência», disse Sérgio Conceição, depois de Isidoro Sousa ter dito que «o clube tem feito um esforço enorme para contratar os jogadores que o mister entende serem necessários».

Para conseguir a manutenção, Sérgio Conceição ainda vê a equipa desfalcada. «Não é segredo para ninguém, mas para isso vai ser preciso mais alguma coisa. Estamos a tentar recuperar de mais uma «tanga» do futebol português, que foi a proibição dos empréstimos. Isso prejudicou-nos e estamos a tentar remediar com a nova abertura dessa situação. Não é fácil e é tardia, pois estamos a três semanas de começar o campeonato. Precisamos de uma equipa competitiva para entrar numa Liga em que cada vez mais é difícil de se atingir os objetivos. Compreendo o trabalho da direção e eles também compreendem a minha preocupação de ter uma equipa que consiga alcançar os objetivos. É preciso tempo e um pouco de empenho, e isso não tem faltado.»

O treinador do Olhanense analisou depois os dois reforços: «Todos sabem que, no ano passado, o nosso jogo foi assente em transições rápidas, o que é normal nas chamadas equipas pequenas. Pelas características que têm, são dois jogadores que assentam bem naquilo que quero para a equipa. O Targino era um objetivo e o Abdi foi uma boa surpresa, e confirmou as informações positivas que tinha. Tal como os que cá estão, são dois jogadores que vão dar o seu contributo e espero que sejam tão felizes como foram aqueles que no ano passado fizeram parte do grupo, nomeadamente os alas que tivemos, e que saíram.»

Targino, tal como o pai

Ainda Tiago Targino não era nascido e já o pai, Hilton, brilhava no Estádio Padinha com a camisola do Olhanense. «Estão muito felizes por estar num clube em que o meu pai já jogou. É um motivo de orgulho», referiu o novo avançado do Olhanense, que assinou por duas épocas, precisamente o tempo que o progenitor esteve em Olhão (entre 1978 e 1980).

«Quero agradecer a oportunidade de trabalhar com o mister, que é conhecido e tem um grande nome. Venho com grande ambição e quero ajudar a elevar o Olhanense. Com trabalho tudo é possível. Estou muito feliz por estar cá, agora é responder dentro do campo», prometeu Targino, que teve uma pré-época um pouco atribulada, depois de ter saído do Vaslui e de se ter gorado a possibilidade de rumar ao CSKA de Sófia. «A Bulgária foi especulação, de resto o que aconteceu foi normal, já passou. Estou concentrado e a cem por cento no olhanense», garantiu.

De referir ainda que o contrato de Abdi é válido por uma época, com outra de opção.