Foi com muita sorte que o Olhanense conseguiu acabar com a maldição do Estádio Algarve, e vencer pela primeira vez num jogo para o principal campeonato português. Foi um «dois em um«, dado ter vencido também o Paços de Ferreira, pela primeira vez na competição. Mehmeti marcou o único golo do jogo.

Dois sabores distintos teve o Olhanense, logo aos seis minutos: Ricardo Ferreira lesionou-se depois de um pique com Carlão, que se isolava após um deficiente alívio de Diakhité. A bola acabaria por ser cortada para canto por Jander, mas o Olhanense perderia o central, que teve que ser substituído por Vítor Bastos. Minuto de azar, mas também de sorte para o Olhanense, com Ricardo a cabecear à barra, na sequência do canto.

Ricardo continuou com mau-olhado, e nove minutos depois deu uma fífia monumental, bem aproveitada pelo Olhanense para se adiantar no marcador: o central falhou o atraso de cabeça para Matias Degra, com Mehmeti a intrometeu-se entre os dois, para finalizar com um remate rasteiro.

O Olhanense adiantou-se na primeira vez em que chegou à baliza do adversário e, praticamente, no único remate que fez até ao intervalo. A exceção esteve na cabeça de Vítor Bastos (32m), com a bola a passar próxima do poste direito da baliza pacense.

Grande pontaria tiveram os jogadores de Costinha, mas para acertar...nos ferros! Depois de Ricardo, foi Vítor, e por duas vezes, no espaço de dois minutos. Aos 38, num remate à entrada da área, e aos 40, num livre direto. Num estádio até agora maldito para si, foi com muita sorte que o Olhanense foi para intervalo em vantagem.

Já em tempo de descontos, e antes do último apito de Hugo Miguel na primeira metade, Pelé complicou a vida aos algarvios, com duas atitudes que lhe valeram a expulsão: viu dois cartões amarelos, o primeiro por jogar a bola para longe depois de o árbitro ter apitado uma falta contra o Olhanense, e de seguida por desentender-se com Vítor, na marcação do respetivo livre, empurrando-o, depois de um encosto de cabeça. O médio do Paços de Ferreira também viu a cartolina amarela.

Mas não foi por ter um elemento a mais que o Paços de Ferreira jogou melhor. A equipa de Costinha raramente conseguiu partir o muro defensivo do Olhanense, e sujeitou-se aos contra-ataques dos algarvios. Os pacenses insistiram (e abusaram) nos remates de longe, sem resultados práticos.

No entanto desperdiçaram oportunidades mais que suficientes para sair do Algarve com outro resultado. As mais evidentes foram perdidas por Hurtado (56) e por Carlão, que falharam o toque final de forma escandalosa.

Além da sorte (que também faz falta), os algarvios também revelaram uma grande união e entreajuda na defesa da vantagem. Os castores averbaram a segunda derrota, em dois jogos, na competição.