A direção do Olhanense apresentou-se em assembleia geral extraordinária na noite desta quinta-feira, para esclarecer os sócios sobre a constituição da SAD e do acordo efetuado com os investidores italianos. Aproveitou ainda para informar que o clube deu entrada no tribunal com um pedido de abrangência pelo Processo Especial de Revitalização (PER), para pagamento das dívidas.

«Era necessário esclarecer os sócios sobre a SAD, a negociação, e fizemos com toda a clareza e transparência, fornecendo aos sócios cópias dos contratos efetuados. Há sempre opiniões contrárias e quem diga que faz melhor, mas o facto é que quando pedimos uma solução, elas não aparecem. Depois de apresentarmos uma solução aparece sempre alguém a dizer que tinha uma melhor. Mas estamos sempre na expetativa que nos apresentem, mas até hoje não apareceu nenhuma melhor. Penso que esta foi a melhor solução do Olhanense para estabilizar o futebol profissional e agora queremos estabilizar o clube, o que iremos conseguir com o empenho de todos. Sem divisões e todos unidos, vamos manter o património, manter a equipa na primeira liga, o que não é fácil para quem está longe dos grandes centros. Vamos ultrapassar as dificuldades, sabendo o grande investimento que fizemos há 4 anos, na ordem dos 3 a 4 milhões, e que terá que ser pago a longo tempo», referiu Isidoro Sousa, no final.

O presidente do Olhanense indicou então o caminho a seguir para saldar as dívidas do clube: «Ontem entregámos o pedido para recorrermos ao PER. Fizemo-lo porque é uma ferramenta que serve para as empresas e para os clubes e que achamos que é a melhor forma de pagarmos a dívida do clube a longo prazo. Temos um enorme sufoco de tesouraria, que, neste momento não é possível satisfazer os compromissos mensais, daí recorrer a esta ferramenta», justificou, prometendo também saldar na próxima semana, parte dos três meses de salários em atraso devidos aos funcionários do clube.

Sobre o pedido de insolvência do clube pedido por Sérgio Conceição, Isidoro Sousa não se quis alongar muito, mas lamentou. «Não foi uma atitude positiva pedirem a insolvência de uma instituição centenária. Mas as atitudes ficam para quem as praticam¿», referiu. Refira-se que Manuel Cajuda também apresentou, no Tribunal de Trabalho, uma queixa contra o clube.