Isidoro Sousa, presidente do Olhanense, garantiu ao final desta manhã, que a equipa estará amanhã em Aveiro, para disputar o jogo com o Beira Mar. O líder da direção do clube algarvio compreende a tomada de posição dos jogadores, que não viajaram esta manhã por quererem garantias quanto aos salários em atraso, e lamenta a falta de apoio que tem tido em encontrar soluções.
«Espero que durante o dia se chegue a um entendimento. Mas é uma certeza que a equipa vai jogar a Aveiro, e depois se verá, quanto ao jogo com o Benfica, com o pré-aviso de greve, que poderá colocar em causa o futuro do clube», afirmou: «Os jogadores optaram por ir almoçar a casa e voltar às 15 horas, para combinar a hora de saída. Vamos aguardar com calma e discernimento, porque esta instituição que hoje está a viver um dia muito mau, teve dias maravilhosos, como no dia em que subimos. É triste ver que quando se ganha, toda a gente aparece, e quando se perde, todos fogem.»
«Tivemos uma reunião ontem à tarde e foi-me transmitido pela equipa a incerteza da partida para Aveiro, às 9 horas, como estava programado», começou por dizer o presidente do Olhanense: «Há uma semana e meia, em reunião, apontámos para na próxima terça-feira eu explicar aos jogadores se teria, ou não, soluções para o problema. Estarmos a constituir uma SAD, que praticamente está consumada e na próxima terça ou quarta-feira já teremos o número de contribuinte, e temos investidores, que só com ela constituída é que farão o investimento, além de outras soluções que estamos a trabalhar no estrangeiro. Por isso, foi uma surpresa para mim, quando ontem fui confrontado com a posição deles, para que fosse resolvido ontem, ou hoje, o pagamento de um mês de vencimentos, para partirem para Aveiro. Disse-lhes que era impossível, pois não seria ontem ou hoje que se arranjaria 170 ou 180 mil euros, mas reiterei-lhes a posição de que na terça-feira comunicaria se haveria, ou não, uma solução. E mantenho aquilo que disse.»
«Lamento e peço desculpa à massa associativa, mas esta é uma situação que vem de trás. Na época passada o Olhanense já teve problemas financeiros, felizmente estava bem na classificação, e infelizmente, neste momento, os resultados não têm aparecido, o que tem dificultado a nossa vida com os possíveis investidores e com os bancos», lamentou.
«Temos várias promessas mas não vivemos disso. Estamos a trabalhar, simultaneamente, em quatro tabuleiros e acredito que, pelo menos um, possa resolver os problemas do Olhanense», prossegue.
O perigo de acontecerem rescisões de contrato também foi abordado por Isidoro Sousa: «É um direito que lhes assiste. Temos falado que isso não será bom para a instituição nem para os jogadores, a sua imagem e trajeto. Mas não posso fazer nada contra isso.»
O presidente do Olhanense disparou também críticas. «As dificuldades são imensas, isto deve-se também, e não convém esquecer, ao investimento que foi feito no estádio, há 3 anos, que tinha um orçamento de 1,2 milhões de euros e chegando aos 2,9. É pena que os responsáveis por isso não deem a cara e se tenham demitido, e hoje não são responsáveis por nada. Também não tem sido possível a autarquia fazer os contratos-programa com a autarquia como fazia nos tempos da Liga de Honra. Estes três itens ¿ valor da obra no estádio, os subsídios que sei ser impossível a câmara municipal dar; e a falta de apoio da Região de Turismo ¿ perfazem 2,5 milhões de euros. E o Olhanense, com 1 ou 2 milhões de euros, resolveria o seu problema.»
O dirigente continuou dirigindo-se aos que «só criticam», sem falar em nomes, mas com recados a Eduardo Cruz, presidente do Conselho Fiscal que se demitiu em dezembro e que foi o responsável pelas obras no estádio, e a Miguel Bento Ferreira, atual presidente desse órgão e que é apontado como um dos possíveis candidatos às eleições de abril.