O Rio Ave voltou às vitórias e agudizou a agonia do Olhanense, que não vence há mais de um mês. Ukra marcou o único golo de um jogo de sentido (praticamente) único, em direção à baliza de Belec.

Sem um organizador de jogo natural (Rui Duarte está lesionado e Regula castigado), Paulo Alves mudou a estratégia da equipa, optando pelo 4x3x3, em vez do habitual 4x2x3x1. Pelé voltou às convocatórias e saltou logo para o onze titular, atuando a trinco. Celestino e Lucas Souza ocuparam terrenos interiores, e na frente, Dionisi, supostamente teria o apoio de Bigazzi e Femi, nas alas.

Supostamente, porque na prática tal não se verificou. Aliás, não existiu ataque no Olhanense praticamente em todo o jogo. Os algarvios revelaram porque passam por uma fase complicada, em que nada sai bem. A bola queima, e assim é difícil construir jogadas com princípio, meio e fim. Dois, três toques…e bola perdida. Ou então a falta de capacidade de construção obrigava a recorrentes atrasos para o guarda-redes Belec, que despachava para a frente… e mais bolas perdidas.

O primeiro remate (e único digno desse nome) do Olhanense à baliza do Rio Ave, aconteceu aos 25 minutos, por Dionisi, e ilustra bem as dificuldades sentidas pela equipa algarvia.

Nuno Espírito Santo armou o Rio Ave em 4x2x3x1, e deu ordem aos seus jogadores para resolverem cedo, através de uma grande pressão sobre os adversários, reduzindo espaços, e provocando o erro. Tal foi conseguido, excepto o mais importante: marcar. Mas não foi por falta de oportunidades que esse objetivo não foi materializado.

Nos primeiros cinco minutos por três vezes Belec brilhou, e antes do intervalo Braga, por duas vezes, esteve perto do golo.

O intervalo renovou a ambição dos algarvios, que conseguiram jogar em terrenos mais adiantados, conseguindo, a espaços, equilibrar o jogo. Principalmente nos primeiros dez minutos. E com os mesmos jogadores da primeira parte, mas denotando outra vontade e lucidez.

Mas essas pretensões mais ofensivas do Olhanense caíram por terra aos 72 minutos, com a expulsão (pareceu exagerada) de Seric. A defesa do pontinho passou a ser prioritária.

As jogadas mais perigosas continuaram a pertencer ao Rio Ave, e foi com naturalidade que a equipa de Nuno Espírito Santo se colocou em vantagem: Ukra aproveitou uma recarga para marcar, e dar justiça ao que se passou dentro das quatro linhas.