Salvador Agra teve alta esta tarde, depois de ter estado 24 horas internado no Hospital de Faro, devido a um incidente no jogo entre o Olhanense e a U.Leiria, disputado ontem em Olhão. Uma disputa de bola com Edson, aos 40 minutos, deixou o jogador inanimado gerando grande preocupação, tendo sido transportado de imediato para o hospital, onde lhe foi diagnosticada uma concussão cerebral.

«Clinicamente, o Salvador Agra não apresenta nenhuma lesão», começou por explicar João Vide, clínico do Olhanense, esta tarde. «À entrada efectuou exames crânio-encefálicos e cervicais, que não mostraram alterações. A evolução foi estável uma vez que entrou sem qualquer lesão e manteve-se assim durante o período de observação. Mas pelo mecanismo de lesão e pela crise convulsiva que apresentou no campo, fizemos-lhe uma ressonância magnética cerebral e um estudo electroencefalográfico, que demonstrou uma pequena lesão que terá de ser seguida», acrescentou.

«Essa lesão tem bom prognóstico, mas, eventualmente, poderá trazer alguma sequela. Mas esperamos que a evolução seja sem qualquer tipo de sequelas. Ele mexe, corre, fala, não tem qualquer problema clinicamente», referiu ainda, revelando depois o tipo de sequela que poderá trazer: «Nestes casos de lesão traumática parênquimatosa há uma possibilidade de despoletar sintomas de epilepsia».

«Nestas duas semanas vai estar condicionado, e depois vamos ter que o observar, e, eventualmente, repetir alguns exames para perceber a evolução da lesão. A primeira semana vai ser de repouso, e depois poderá retomar a actividade física de forma ligeira», concluiu João Vides.

À espera de Salvador Agra estavam familiares, e André Micael, colega no Olhanense, além de Isidoro Sousa e Filipe Sousa, presidente e vice-presidente, respectivamente, do clube algarvio, que elogiaram a prontidão e qualidade dos serviços médicos do clube e do Hospital de Faro.

Para Joaquim Agra, pai de Salvador, foram momentos complicados, os que viveu ontem em Olhão. «Pai está tudo bem. Esteja tranquilo que estou bem», foram as primeiras palavras que Salvador Agra lhe dirigiu. «Como pai foi normal ter entrado em pânico. Mas isso já passou, ficou o susto e ele já está bem. São casos normais que acontecem no futebol», acrescentou Joaquim Agra.