Oliveira Gonçalves, seleccionador dos Palancas Negras, acredita que Angola vai estar pronta para receber a Taça das Nações Africanas em 2010 (CAN-2010). No quinto ano de paz depois de 27 anos de guerra, o técnico, numa entrevista à agência Reuters, afasta todos os cenários negativos e deposita a sua confiança nas capacidades do Governo angolano para pôr de pé todas as infraestruturas necessárias para a organização do evento.
«Já houve países com piores condições do que as nossas, como o Burkina Faso e o Mali, que já receberam a CAN. Por isso acho que há todas as razões para acreditar que Angola também pode fazê-lo. Acredito que teremos todas as infraestruturas prontas a tempo», destacou Oliveira Gonçalves.
A guerra civil acabou em 2002, mas deixou um rasto de devastação que ainda vai demorar a recuperar. O país tem previsto a construção de quatros novos estádios para acrescentar aos dois que já tem para a fase final, além de uma série de acessibilidades, hotéis e outras infraestruturas. «Há um grande impulso para se construírem estradas, para se criarem as condições ideais para recebermos os jogos. Acredito que os estádios e os hotéis vão estar prontos. O Governo está envolvido e empenhado e tem dito que entre 2008 e 2009 vai estar tudo pronto», contou o confiante técnico.
O treinador defende ainda que Angola ganhou um novo estatuto com a recente participação no Campeonato do Mundo e que, agora, é a altura certa para tirar os respectivos dividendos. «O facto de termos conseguido chegar à fase final do campeonato do Mundo dá-nos um novo estatuto e temos de tirar proveito disso. Mas não queremos ser como outros países africanos que chegaram lá uma vez e depois nunca mais voltaram», destacou.
Desde o regresso da Alemanha, Oliveira Gonçalves tem procurado rejuvenescer a selecção, que conta com muitos jogadores na casa dos trinta, de forma a assegurar que os Palancas possam lutar por um lugar no Mundial-2010, cuja fase final vai decorrer na África do Sul, alguns meses depois da CAN-2010. «Todos nós africanos estamos a lutar para que África tenha mais países na fase final. As equipas europeias são boas, mas não estão a trazer nada de novo para o jogo. Espero que em 2014, África já possa ter mais uma ou duas equipas representadas», defendeu.