A época quase perfeita da equipa de Zinedine Zidane, que ganhou tudo o que havia para ganhar (exceto a Taça do Rei), faz com que o Real Madrid domine o onze do ano para a redação do Maisfutebol.

Cristiano Ronaldo, The Best e Bola de Ouro, comanda uma equipa em tons blancos, com cinco companheiros de equipa do português. Há ainda Lionel Messi, um génio com lugar cativo, que em 2017 conquistou a Bota de Ouro.

Fora da Liga Espanhola, quatro resistentes: Buffon e Bonucci, que se transferiu da Juve para o Milan no defeso. E as duas contrações milionárias do PSG que abalaram o mercado: Mbappé e Neymar. O futuro da sucessão a CR7 e Messi poderá passar por aqui.

Guarda-redes

O ídolo em lágrimas: uma das imagens de 2017 é a de Gianluigi Buffon, campeão do mundo de 2006, desolado, no relvado do Giuseppe Meazza perante a eliminação de Itália do Mundial 2018.

O amargo adeus à Squadra Azzurra do seu recordista de internacionalizações (175) não é, porém, o espelho da época do portiere.

Aos 39 anos, Buffon continua a ser o número 1 e em 2017 provou-o ao serviço da Juventus, hexacampeã italiana e finalista da Liga dos Campeões.

O veterano transalpino tem, porém, concorrentes à altura: desde logo o seu compatriota e possível sucessor na seleção Donnarumma, que aos 18 anos é a grande revelação na baliza do futebol atual.

De Gea, do Manchester United vencedor da Liga Europa e segunda melhor defesa da Premier League, também merece referência pela boa época 2016/17, tal como os ex-benfiquistas Oblak e Ederson, protagonista da maior transferência de um guarda-redes ao rumar no defeso do Benfica para o Manchester City num negócio de 40 milhões, atrás de… Buffon.

Defesa

À frente de Buffon, um quarteto defensivo em tom blanco.

O Real Madrid conquistou o título espanhol, europeu e mundial, pelo que não é de todo exagero que preencha três quartos da defesa: desde logo, a fiabilidade de Carvajal sobre a direita e o talento de Marcelo sobre a esquerda ocupam as laterais. Dani Alves e Alex Sandro, que cumpriram um bom final de temporada 2016/17 pela Juve, podem ser alternativas.

No eixo, uma opção discutível: Sergio Ramos. O capitão merengue terminou o ano com o nada invejável registo de jogador mais vezes expulso na Liga Espanhola (19 cartões vermelhos), no entanto, os seus 10 golos na temporada passada voltaram a ser importantes na senda vitoriosa do Real.

Ramos faz dupla com Bonucci, esteio da Juventus que, depois de 200 jogos nos bianconeri, se transferiu no defeso para o Milan por uma verba impressionante para um trintão: 42 milhões de euros.

Mas não faltariam opções para o centro da defesa: de Hummels e Piqué a Otamendi ou Godín.

Médios

Para um meio-campo entrosado e de contenção, um duo de madrilistas, que frisa ainda mais o domínio merengue neste ano de 2017. Casemiro, que teve uma evolução notável desde o seu empréstimo ao FC Porto em 2014/15, assumiu-se em definitivo como titular no Real Madrid, marcando até golos decisivos na final da Champions e da Supertaça Europeia, e na seleção do Brasil. Entre os trincos mais decisivos do ano estão também Kanté, de novo campeão inglês (agora pelo Chelsea), tal como Fabinho, ex-Rio Ave, que esteve em destaque no Mónaco campeão francês. E há, claro, o catalão Busquets, uma referência na posição.

Ao lado de Casemiro, o seu companheiro de equipa Luka Modric. O croata tem visão de jogo, qualidade de passe, uma cultura tática apuradíssima, tudo características que fazem dele talvez o melhor médio-centro da atualidade. Apesar de haver Pjanic, Kroos ou Pogba entre a concorrência.

Nesta equipa não há porém espaço para um médio-ofensivo. A falta de criativos, como Coutinho, Iniesta, De Bruyne, Isco ou Eriksen é compensada, porém, com uma explosão de talento e liberdade lá na frente. Os génios assim o obrigam.

Avançados

Sistema tático? Um 4-2-4 à moda do Brasil de 70, com dois avançados pelas alas e dois ao meio, sem que qualquer um deles seja referência fixa na área.

Arrojado? Quem pode contar com os melhores tem o dever de arriscar tudo.

Há um trio incontornável lá na frente. Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Neymar. Foram eles os finalistas tanto da Bola de Ouro como do prémio de The Best, ambos vencidos por CR7.

Cristiano é pela quinta vez o melhor do mundo. Justificadamente. O ano acaba para ele com um golo que vale ao Real Madrid a conquista do Mundial de Clubes, bem como com mais um recorde individual: o de único jogador a ultrapassar a barreira dos 100 golos na Liga dos Campeões.

Ronaldo foi absolutamente decisivo na conquista da Liga dos Campeões (melhor marcador da última edição, com 12 golos, tendo marcado dois na final; e da atual, onde já leva 9), bem com da Liga Espanhola (25 golos). Além disso, a qualificação de Portugal para o campeonato do mundo só vem adornar ainda mais a sua coroa de 2017.

Falando do Mundial 2018, há salientar como Messi carregou em ombros a sua argentina até à Rússia. O seu génio não chegou para fazer o Barcelona campeão espanhol e europeu, mas apenas para conquistar a Taça do Rei. Em termos individuais, porém, o argentino venceu a Bota de Ouro, quatro anos depois, apontando 37 golos só na Liga Espanhola. Sucedeu ao seu companheiro de equipa Luis Suárez, que tal como Cavani ou Lewandowski, por exemplo, poderiam ser candidato a um lugar a esta equipa, caso esta jogasse com um ponta-de-lança fixo.

Se há neste momento quem faça sombra à épica disputa entre CR7 e Léo é Neymar – curiosamente, compatriota do último «melhor do mundo» terreno: Kaká, em 2007.

Os 222 milhões de euros pagos pelo Paris Saint-Germain ao Barcelona, uma verba inimaginável até há bem pouco tempo, fizeram-no entrar na história do futebol mundial. A sua ameaça ao duo de extraterrestres que se destacam acima dos demais como os melhores futebolistas da atualidade poderá concretizar-se caso Neymar conduza o PSG a uma inédita conquista da Liga dos Campeões e sobretudo se no Mundial da Rússia levar o Brasil ao título mundial que escapa ao escrete desde 2002.

Este onze que começa com uma lenda das balizas, faz sentido que termine a olhar para o futuro. Falta, pois, Kylian Mbappé. O menino-prodígio que ajudou o Mónaco de Leonardo Jardim a chegar às meias-finais da Liga dos Campeões e ao título de campeão francês foi a grande revelação de 2017. Se Neymar foi o rei do mercado, o avançado francês, com 19 anos acabados de fazer (a 20 de dezembro), foi o príncipe: custou 180 milhões de euros ao PSG, que engendrou um empréstimo para juntar na mesma equipa esta duo de dois sérios candidatos à sucessão de Cristiano e Messi como futuros melhores do mundo.