Definir um perfil, sair da mesmice, alinhar conceitos e avançar com a contratação do novo treinador antes mesmo do término da atual temporada. O Benfica foi cirúrgico ao garantir - e também anunciar - o «princípio de acordo» com Roger Schmidt.

De saída com PSV, com quem tem contrato apenas até junho, o alemão é um nome de ideias muito bem definidas: futebol agressivo e ofensivo e aposta frequente na formação. Ou seja, tudo aquilo que as águias têm vislumbrado ainda antes da saída conturbada de Jorge Jesus.

Se errou na escolha de Jesus, o clube encarnado acertou em cheio ao optar por Schmidt, que, aos 55 anos, vai ter na Luz o maior e mais complicado desafio da carreira. A cobrança e a pressão vão ser naturalmente proporcionais às expectativas. Não poderia ser diferente.

Em busca de uma nova cara (dentro e fora de campo), o Benfica precisa justificar os últimos altos investimentos e apagar a imagem deixada a nível nacional nos últimos anos, enquanto Roger Schmidt carece de um título de peso no currículo. Um necessita (muito) do outro. Simples assim.

Mais do que convencer eventuais críticos, o primeiro passo do novo treinador encarnado é muito claro: montar o plantel à sua imagem, o que passa pela saída de jogadores menos intensos e o aproveitamento dos jovens da casa, especialmente depois do título inédito da Youth League.

* Bruno Andrade escreve a sua opinião em Português do Brasil.