O profissionalismo sempre foi uma das maiores e mais louváveis virtudes da gloriosa carreira de Cristiano Ronaldo. Imaculável durante mais de 20 anos, agora é constantemente colocada em xeque... pelo próprio.
Os episódios de falta de respeito no Manchester United têm sido recorrentes. Dentro e fora de campo. Não consegue lidar com a rejeição, um sabor amargo que, na verdade, começou a ser sentido ainda no mercado de transferências.
Foi oferecido aqui e ali, mas bateu de frente com várias portas fechadas. Ora por motivos financeiros, ora por questões táticas e de bastidores. O primeiro impacto de tamanha reprovação foi notado nas redes sociais, com publicações disparatadas e sem sentido.
Prometeu uma entrevista para explicar a "sua verdade" de todos os fatos. Por enquanto, e já estamos quase no meio da temporada, optou pela (respeitável) lei do silêncio. Ninguém é obrigado a falar, nem mesmo depois de ter anunciado que o faria.
Distante do melhor nível mental, técnico e físico, também porque praticamente não teve pré-temporada, passou a conviver com um lugar até então desconhecido: o banco de reservas. Uma cadeira espinhosa, nada confortável, especialmente para um dos maiores de todos os tempos.
Sem qualquer tipo de zelo ou receios, comprou de vez uma "briga" pública com Erik ten Hag, que claramente tem apoio total dos dirigentes. Faz questão de promover praticamente toda e qualquer insatisfação: ser suplente, ser substituído e ser ignorado.
Outrora de outro planeta, uma máquina indestrutível e invejável, está agora a provar, talvez, o papel de reles mortal. A frustração é um prato que se come de frente, não de costas.
* Bruno Andrade escreve a sua opinião em Português do Brasil