Aqui ou em qualquer outra esfera, não vai existir processo de inquisição ou perseguição. Nem sequer julgamento final. Seja livre e se permita apreciar Otávio sem moderação.

Desejar um jogador como o ídolo do FC Porto na sua própria equipe não vai te garantir uma cadeira cativa no paraíso, tampouco te enviar para arder nas profundezas do inferno.

A complexidade dentro de campo faz do luso-brasileiro um personagem amado e odiado no país que escolheu representar. Tem altos e baixos, não na mesma proporção, mas com a mesma intensidade.

É dos maiores nomes portistas dos últimos anos. Parece que não há uma única posição que não saiba cumprir. Funciona em todos os lados. Corre, pensa, cria, marca e lidera. Uma entrega ímpar.

Também é dos mais polêmicos dos últimos anos. Provoca, atiça, discute e, sim, vez ou outra passa do limite do aceitável. Atitudes que até podem ser perdoadas, mas não são apagadas. Precisam sempre ser contestadas.

O elogio e a crítica, carregados de uma mistura maquiavélica de qualidade, rivalidade, inveja, oportunismo e xenofobia, caminham de mãos dadas com a referência dos dragões. Uma hora puxa daqui, outra hora puxa dali.

A Otávio o que é de Otávio. Ele, melhor do que todos nós juntos, sabe o que faz e, especialmente, o que tudo isso acarreta. Para o bem e para o mal.

* Bruno Andrade escreve a sua opinião em Português do Brasil