Por aquilo que se tem visto nos últimos dias, quem não esteja atento ao nosso quotidiano, particularmente para lá das fronteiras ainda vigentes, julgará que Portugal tem petróleo (embora o barril cada vez valha menos, havendo até países que não previram isso e estão com o credo na boca), diamantes, minas de ouro ou quem sabe urânio.
 
A verdade é que muitos têm sido os milhares de milhões de ouro com que nos bombardeiam. Só que, felizmente, nem todos são maus, nem fazem mal ao sempre esmifrado contribuinte.
 
Os milhões maus, e que nos vão custar, outra vez, os olhos da cara, dizem respeito ao Banif, outra vez ao BES e já se fala que nova borrasca está para rebentar no domínio financeiro – eles eram os donos disto tudo, dizia-se, e fizeram de nós os escravos da Democracia.
 
Sem esquecer - que pena, dirão alguns, que alegria direi eu - que está de saída da política partidária (e espero que de vez de toda a política) o irrevogável Dr. Portas – peço desculpa mas não me conformo com as esfarrapadas conversas sobre os submarinos.
 
Os milhões bons chegam ao futebol (com forte contribuição daqueles que já não conseguem sobreviver sem televisão codificada) por via da NOS e da MEO, e ao falar-se em qualquer coisa a rondar os mil e 500 milhões de euros (como é difícil escrever, quanto mais soletrar tal montante).
 
A responsabilidade foi contraída com a chancela dos três maiores emblemas nacionais e não restam dúvidas de que o futebol é mesmo uma indústria, embora tais valores me pareçam desajustados à realidade deste país decrépito.
 
Ou seja: porque vivo do futebol, creio estarem criadas ótimas condições de futuro até no domínio da área onde me movimento há 40 anos, mas espero que aceitem esta posição: como é possível neste País cheio de problemas e defeitos, o futebol estar ao nível das nações mais industrializadas da União Europeia. Um fenómeno que um dia se perceberá melhor, eventualmente já não no meu tempo.
 
E mostrando a minha satisfação enquanto cidadão pelos negócios conseguidos pelos três clubes, mais os outros que se seguirão, com os novos todo-poderosos do audiovisual (espero ainda poder ver implementada a tão já falada publicidade virtual) não posso deixar de valorizar o posicionamento de Bruno de Carvalho em todo o processo, já depois de ter visto os grandes rivais do leão ficarem com os bolsos forrados dos tais muito milhões: garantiu que o Sporting não estava em saldo e provou-o.
 
Uma resposta fortíssima a quem duvida da sua forma de estar no clube e um atapetar de caminho para uma AG em que já entra a ganhar de goleada. Há processos, quer se queira quer não, que BdC lidera impecavelmente.
 
É verdade: 2015 está a chegar ao fim. Não sei o que lhe diga, caro leitor, quanto ao Novo Ano. Os votos são normalmente comuns a todos: saúde, trabalho, dinheiro para sobreviver, amor da família. Se a isto pudermos pedir que não nos entrem mais milhões maus pela porta dentro, seria fantástico. Acreditando que isso é possível… o melhor 2016 possível para o Mundo inteiro. Com a temperatura na Terra, a todos os níveis, a baixar o mais possível.
 
PS1: E já que falo de 2016, não podia começar melhor na nossa Liga. Além do fantástico (pode ser) Sporting-FC Porto, é bom não esquecer que o bicampeão visita Guimarães. O que quer dizer, tão só, que sábado à noitinha muita coisa pode estar alterada na tabela classificativa. Não, como sempre recuso-me a fazer prognósticos, pois não me esqueço da frase acertadíssima do bom velho João Pinto.
 
PS2: CR7 e Messi teimam em nadar de braço dado. O capitão de Portugal porque chegou ao fim do ano com 461 golos em 646 jogos pelos clubes que representou (no Real soma 338 golos em 323 jogos). Pela segunda vez desde que está em Madrid, porém, não chegou aos 60 remates certeiros: «só» conseguiu 57, depois dos 48 em 2010. Já o mago argentino cumpriu o jogo 500 pelo Barcelona. E assim, lado a lado, chegaremos a meio de Janeiro a mais uma Bola de Ouro, que me parece irá pela quinta vez para casa do «culé».