Admiro pessoas que perante um caso, qualquer que seja, avançam com uma teoria da conspiração.

Vou experimentar, utilizando i sto de o Messi ter sido o melhor do Mundial 2014. Ninguém me tira da cabeça que tudo não passa de uma forma de solidariedade. Pensem comigo.

Agora que o Campeonato do Mundo acabou, o que continuaríamos a discutir, pelo menos por uns dias? Scolari, a goleada da Alemanha, o futuro do futebol no Brasil, o país que organizou dois Mundiais e perdeu ambos com estrondo. Logo o Brasil, convencido de que todos os grandes jogadores eram seus e que até deus jogava de verde e amarelo.

Pois bem, solidário, o Grupo de Estudos Técnicos da FIFA (veja quem são, neste link) resolveu eleger Messi o melhor jogador do Mundial 2014. Assim desviou o foco do assunto que o mundo queria discutir e evitou que o excelente trabalho de Scolari continuasse a ter o devido destaque.

O leitor pode achar que não foi nada isto e talvez tenha razão, mas, concorde comigo só por um instante, não é fácil encontrar uma explicação melhor para a escolha de Messi.

Ao contrário de Maradona, que tem qualquer coisa contra a FIFA, não acredito que seja marketing. Acho que isso não existe, a FIFA misturar futebol com interesses, com negócio, com dinheiro.  Prefiro pensar que foi apenas uma escolha preguiçosa, provavelmente influenciada pelas elevadas temperaturas e humidade. É claro que  Messi não foi o melhor jogador do Mundial, como até ele compreendeu.

Se tivesse mesmo de escolher alguém, ficaria com James, mas teria de colocar na mesma frase Mascherano, Kroos, Robben e até Neuer. 

Messi nem sequer foi o melhor da sua seleção, um estatuto que tem de ser dividido entre Mascherano e Di Maria, com vantagem para o médio do Barcelona, que aguentou de pé até ao fim enquanto o antigo benfiquista se lesionou na fase decisiva.

Para quem liga pouco ou nada à feira de vaidades que é a eleição do melhor do mundo em janeiro, o fim do Mundial traz apenas uma boa notícia: só voltaremos a sofrer com a FIFA daqui por quatro anos.