Estou para aqui a imaginar o fecho de mercado: 3,2,1… encerra a janela de transferências, e Bruno Fernandes vai mesmo continuar no Sporting. Ainda não foi desta que o capitão leonino e reconhecidamente um dos melhores, senão o melhor jogador da Liga, deixa o campeonato português. Mas porquê? Pouca gente percebe, e os que tentam encontrar uma explicação, têm muita dificuldade em sustentá-la. Os números são elucidativos: 16 jogos, 8 golos, 7 assistências (campeonato); 5 jogos, 5 golos, 3 assistências (Liga Europa); 3 jogos, 2 golos, 3 assistências (Taça da Liga e à hora a que escrevo). Não é suficiente? E na temporada passada? 32 golos e 18 assistências. Não chega?

Sinceramente, não percebo. Ou melhor, percebo, mas não quero perceber. Será que existe uma explicação? Com certeza que sim, mas sempre pensei que ela se diluiria, tendo em conta que Jorge Mendes «está no terreno». Porventura, e ao que parece, num dos mais difíceis trabalhos com que tem lidado. Bruno Fernandes tem 25 anos e muito futebol para dar. E digo dar, porque é isso que ele tem feito repetidamente, alheio a todos as notícias que diariamente «inundam»  os órgãos de comunicação social. A olho nu, Bruno parece um pouco mais «nervoso» do que habitualmente, mas não baseio a minha opinião em nenhum estudo científico, apenas no que vi, por exemplo, no dérbi com o Benfica. Jorge Jesus assumiu que esse será o principal problema do internacional português, e que na devida altura já o tinha alertado. Mas quem é que o pode criticar?

O Sporting, e bem, já o recompensou monetariamente, mas jogar na Premier League? Até pelo mesmo que ganha no Sporting. Não se trata de diminuir o clube de Alvalade, trata-se de jogar naquele que para mim, é sem dúvida o melhor campeonato de clubes de todo o Mundo. Diria o mesmo fosse o Benfica, ou o FC Porto. Assinava de caras!

Já não falta muito para entrarmos na reta final da última semana do mercado de transferências, e pelo andar da carruagem estou em crer que, a haver negócio, será mesmo em cima da meta. O Bruno merece, e a verdade é que para a Liga portuguesa não seria assim tão mau como se apregoa. O sexto melhor campeonato do Mundo precisa deste tipo de visibilidade e de negócio para sobreviver. O Sporting, neste caso particular, também. O campeonato perdia aquele que é considerado por muitos, o melhor jogador da competição. Mas abria espaço para que outros, que como ele, pudessem marcar a diferença. Aguardemos.

«Balolas» é um artigo de opinião de Paulo Pereira, jornalista da TVI, que escreve neste espaço de duas em duas semanas, sempre às terças-feiras.