Tirambaço: substantivo masculino; Chute violento em direção ao gol. 

O Benfica de Bruno Lage continua no ponto. Naquele ponto que o separa do FC Porto e naquele outro que mostra uma equipa com conforto, qualidade e planeamento, como tão bem escreveu quem o viu ao vivo frente ao Desp. Aves.

O futuro continua por vir, porém. Essa incógnita otimista para uns e muito pouco para outros. A maioria dos adeptos engloba-se na primeira e os do Benfica têm razões para isso neste momento.

Bruno Lage tem deixado muito pouco ao acaso e foi no pré-jogo das Aves que o treinador deixou a principal indicação.

«Em função da análise que fazemos aos adversários, eles também fazem a nós. Temos de ter capacidade de nos reinventarmos.»

A Keizer, por exemplo, apanharam-lhe o jeito, o Sporting foi igual demasiadas vezes por demasiado tempo e, voilá, teve finalmente de reinventar-se frente ao Sp. Braga para uma das vitórias mais sonantes da época.

A capacidade de reinvenção do Benfica vai, por exemplo, determinar como chega a equipa ao Dragão. Adivinha-se que Lage rode jogadores com o Galatasaray e sabe-se já que vai fazê-lo com o Desp. Chaves.

Como tinha acontecido no episódio de Mafra, em que Ferro foi substituído na equipa B porque ia ser chamado para o dérbi com o Sporting, o Benfica antecipou-se aos problemas e com o cartão amarelo de Almeida nas Aves garantiu-o no Dragão.

Nem sempre o jogo mais importante é aquele que estamos a jogar, como era o de Ferro em Mafra, ou mesmo o próximo, como gostam de dizer os treinadores vezes sem conta.

Se alguém lhe disser o contrário, responda-lhe apenas que o Benfica começou a jogar o jogo com o FC Porto nesta segunda-feira, para que Bruno Lage não tenha de reinventar mais qualquer coisa.

O Tirambaço é um espaço de opinião do jornalista Luís Pedro Ferreira. Pode segui-lo no Twitter.