Num futebol civilizado e sem tamanha tentação pelo ódio, a repercussão negativa e a vergonha nacional de insultarem publicamente uma instituição deveriam bastar como punições a Otávio, Fábio Cardoso, Manafá e Diogo Costa.
 
Pode até soar utópico, mas até mesmo uma advertência pública - e quem sabe também nos bastidores - do próprio FC Porto seria mais impactante e, especialmente, exemplar. Foi desperdiçada uma oportunidade didática de ouro. 
 
Infelizmente (ou felizmente, depende do ponto de vista), foi necessário o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol entrar em campo para castigar o quarteto portista, que, acima de tudo, precisa pedir desculpas. 
 
A ação corretiva do CD da FPF, entretanto, não significa automaticamente que a justiça está feita ou o melhor caminho foi tomado. Muito honestamente, acredito e defendo que a «justiça» deveria se preocupar com ocorrências e situações mais graves e importantes. 
 
Um ato (lamentável) de indisciplina fora do ambiente do jogo e também do estádio, apesar de enquadrado no regulamento da Liga, é um tema de discussão muito mais interno do que externo. Chega a ser «insignificante» perto de tantos outros problemas estruturais.
 
Sim, regras são feitas para serem cumpridas. Mas também são passíveis de contestações e, vez ou outra, ajustes e mudanças. O acerto de ontem não é a certeza de hoje ou amanhã.


* Bruno Andrade escreve a sua opinião em Português do Brasil.