Ponto por Ponto é um espaço de Opinião quinzenal do jornalista Vítor Hugo Alvarenga. Baseando-se no sistema de classificação utilizado pelo Maisfutebol, destaca positiva ou negativamente figuras do panorama desportivo:

POSITIVO:

5 pontos: Na na na na, Bast Dost

Na na na na, Bas Dost! Ter um avançado da Liga portuguesa a disputar a Bota de Ouro com Messi é, ou deve ser, um orgulho nacional. Bas Dost ousa aproximar-se de registos que apenas o inigualável Mário Jardel apresentou no panorama europeu, jogando cá pelo burgo. 26 golos em 33 jogos, na época de estreia em Portugal, são números que comprovam um desempenho fenomenal. Luta pela titularidade na seleção da Holanda e, embora caminhe para os 28 anos, pode garantir lucro para o Sporting, que abriu os cordões à bolsa para o contratar

4 pontos: Nuno Manta Santos

Ri-me com notícias sobre uma petição pública pela continuidade de Nuno Manta Santos no Feirense, após a saída de José Mota. Considerei que não havia ali matéria verdadeiramente noticiosa, porque a petição andava pelas dezenas de assinaturas (chegou às 159), nada de significativo. Isso agora pouco importa. Nuno Manta Santos ficou e mantém um desempenho de grande qualidade no clube de Santa Maria da Feira. Sem evidentes mais-valias no plantel, trepou até ao patamar dos 32 pontos e garantiu a permanência na Liga. Aos 38 anos, o técnico conduziu a equipa da sua terra a uma estabilidade histórica. Parabéns.

3 pontos: Vítor Oliveira

O treinador caminha a passos largos e seguros para mais uma subida de divisão, agora ao serviço do Portimonense. Um mestre do segundo escalão, Vítor Oliveira viajou de uma ponta à outra do país para repetir em Portimão o que tinha feito em Chaves. É certo que o Desportivo tinha um projeto forte, assim como este Portimonense – assente em Teodoro Fonseca, empresário de Hulk e acionista maioritário da SAD -, mas isto não basta para garantir o sucesso. O toque de midas pertence a Vítor Oliveira. Em janeiro perdeu duas unidades influentes (Amilton e Lumor) para o TSV 1860 Munique de Vítor Pereira mas vai mantendo a liderança sem grandes sustos e o Portimonense pode ir planeando a próxima época. E o mestre da II Liga, o que fará?

NEGATIVO

2 pontos: Nuno Espírito Santo

Depois de uma conferência de imprensa sem rasgo nem aparente interesse em discutir abertamente as questões, Nuno viu o Benfica empatar em Paços de Ferreira. Uma oportunidade clara, há muito esperada, de chegar à liderança antes do Clássico na Luz. O que aconteceu no Dragão? O que não podia ter acontecido: o FC Porto deixou escapar essa hipótese. Pode queixar-se de antijogo do V. Setúbal, de tremenda ineficácia (sobretudo na primeira metade), mas igualmente de decisões que não produziram o efeito desejado: Corona, por exemplo, marcou um golaço mas não tinha ritmo, Diogo Jota entrou mas, em 16 minutos, recuou para falso lateral direito, afastando-se da área. Opções? Claro, e o bom trabalho do técnico valida-as. Para a história, porém, fica o resultado: uma enorme oportunidade perdida após uma recuperação fenomenal.

1 ponto: Moreirense

Não há critério nesta lamentável dança de treinadores na Liga portuguesa. Ninguém demonstra grande confiança em projetos de médio prazo, em métodos e conceitos de jogo. Entre vários maus exemplos, a bater recordes na Liga portuguesa, ficam as curiosas opções do Moreirense, em época de histórica conquista da Taça da Liga. Começa com Pepa, 36 anos, sem experiência na prova. Este sai em altura estranha, no final de uma pausa na competição. Chega Inácio, 62 anos, e vence uma Taça da Liga. Também sai. Para entrar Petit, 40 anos, que começou a época no Tondela. Onde está agora Pepa. Alguém entende esta confusão? Na na na na.

Ponto Final: Outro Olhar

Rubrica semanal da SportTV que nos obriga a sorrir quando esse reflexo é tantas vezes negado pelas polémicas que vão acompanhando o futebol português. Felizmente, há sempre alegria em torno deste desporto. Outro Olhar é um espaço para relaxar. Deixar o mundo girar por uns minutos, sem pensar nele, e saborear. Simplesmente, saborear.