Onde eu estava quando, ainda antes de terminada a temporada passada, Gonçalo Ramos deixou de ser um talento promissor e aposta justa e garantida do futebol português para 2022/23?

De repente, o mais goleador dos atacantes do Benfica foi forçadamente taxado como «fora do perfil de jogo» de Roger Schmidt e, consequentemente, colocado à venda.

Sabe-se que não é de hoje que os encarnados estão no mercado atrás de propostas a rondar os 40 milhões de euros. Não contavam, entretanto, que a pré-época e a estreia oficial frente ao Midtjylland fossem correr tão bem, especialmente para o camisa 88.

O jogo virou. Continuam desejosos por ofertas, mas sabem que uma transferência agora vai contra boa parte da opinião pública. Como justificar a saída daquele que mais tem rendido no ataque e, eventualmente, pode vir a valer mais no futuro próximo?

A bola, assim como aconteceu diante dos dinamarqueses, está nos pés de Gonçalo Ramos. É rematar e correr para o abraço. Não ficaria nada surpreso, por exemplo, se o mesmo hoje preferir ser vendido ao invés de permanecer (desconfiado e sob desconfiança) na Luz.

* Bruno Andrade escreve a sua opinião em Português do Brasil.