Uma noite histórica do Benfica e uma noite como outra qualquer de Ronaldo.

A quarta-feira de Champions League trouxe duas notícias lusitanas: uma declaração dos da Luz e o encolher de ombros de Cristiano.

O Barcelona não é mais de Messi, podemos repeti-lo até ao limite. Nenhuma equipa do mundo ficaria igual sem um dos melhores jogadores da história da modalidade. De tão evidente, nem seria necessário repeti-lo, mas como há sempre quem argumente com tal, vamos lá a essa justificação e passar à seguinte.

O Benfica de 2012/13 foi, provavelmente, um dos melhores plantéis que Jorge Jesus teve na Luz. Um plantel que não venceu coisa nenhuma, apesar de ter chegado a muitas das decisões a que se propôs.

Esse Benfica, que foi à final da Liga Europa com o Chelsea, não conseguiu bater o pé a um ‘Barça B’ em Camp Nou. O jogo ficou para a história dessa época encarnada, mas passou despercebido ao resto do mundo.

O contrário deste 3-0, portanto.

Nem que fosse apenas pelo resultado, vencer por 3-0 um Barcelona já seria um feito histórico, ainda para mais após a Lei Bosman. Fazê-lo de forma séria e competente é deixar para trás não só a imagem recente do clube no continente, como afirmar a equipa.

O Benfica vem de épocas más na Europa. Fez zero pontos numa edição da Liga dos Campeões (2017/18) e falhou o acesso à prova na época passada… Em suma, o Benfica deixara quase de contar.

Bater o Barcelona e fazer disso notícia mundial – muito, claro, pelo que possa suceder a Koeman – é inverter a tendência recente.

É uma declaração de vida de um clube que parecia ter-se esquecido para que serve, de facto, estar na Champions, num contraste claro do que sucedia com o rival FC Porto, porque as comparações são inevitáveis.

Não é preciso ser um génio para saber que o Bayern colocará outro desafio. Mas, para já, o Benfica fez o que não fazia há anos: bater um dos grandes europeus.

Menos grande que antes? Sim, mas estamos a falar de um Benfica que nos últimos quatro anos não conseguiu bater nenhuma destas equipas na Europa: Arsenal, Rangers, PAOK, Shakhtar Donetsk, Leipzig, Ajax, Basileia e CSKA Moscovo.

Por vezes, mais do que a equipa que se vence, é mesmo o nome dela que importa.

P.S. – O que seria épico para uns é normal para Cristiano Ronaldo. Mais um golo a decidir um jogo, na compensação, e a mostrar que o problema do United não é nome, talento ou plantel. O problema é este ‘novo normal’ que são as exibições com Solskjaer. Por vezes, na maioria até, mais do que uma equipa que vence, é perceber como ela o faz que importa.