Não houve alterações retumbantes na Liga, depois de o Benfica ter triunfado em Alvalade, o que quer dizer que cumprida a ronda número 26 lidera o bicampeão, mantendo-se o principal rival ao cetro, Sporting, a dois pontos e o irregular FC Porto a seis. Permitam-me, assim, que a exemplo do ano passado faça um interregno no futebol para escrever algumas ideias sobre outra das minhas grandes paixões, a Fórmula 1, de regresso este fim-de-semana, na Austrália. Sem nada de técnico, porque não sei, mas apenas com o coração vou esperando, desejando ou sofrendo para que no final da temporada, a 13 de Novembro, a minha amada Ferrari possa dar-me uma bela prenda natalícia antecipada.

Regressa a Fórmula 1 cheia de novidades – agora veremos as corridas no Eurosport e não na Sport TV, com aquele operador a contratar o fundamental Pedro Nascimento. Teremos 21 GP´s, contra os 19 da época passada (regressa a Alemanha e vamos ter corrida em estreia no Azerbaijão); há mais uma equipa, a Haas, que se junta às 10 existentes; teremos três pilotos em estreia: Jolyon Palmer (Renault), Pascal Wehrlein (Manor) e Rio Haryanto, indonésio, também da Manor, que para chegar aqui deve ter desembolsado qualquer coisa como 20 milhões de euros… -, mas o que me importa mesmo é perceber se a Ferrari conseguirá travar o domínio da Mercedes.

Acho que a minha paixão pelo cavallino rampante existe desde que me conheço e tornou-se imparável com a passagem fantástica do infortunado Michael Schumacher por Maranello – como gostava que Schumi pudesse recuperar totalmente, mas acredito que, infelizmente, isso não acontecerá. Por isso, desde 2007, último ano em que Kimi Raikonen deu o título à scuderia tem sido para mim um deserto, que só mesmo Sebastian Vettel pode ajudar a vencer.

Bem vistas as coisas, o terceiro título de Lewis Hamilton (porque não gosto do estilo do inglês não me tinha importado que o triunfo tivesse ido para Nico Rosberg…) nem me deixou assim tão surpreendido. Ao mesmo tempo abriu-se-me uma janela de esperança com as três corridas em que Vettel passou o risco de meta na primeira posição.

É com base no que se passou na última temporada e por aquilo que a Ferrari conseguiu nos testes de pré-época (os especialistas que acompanham atentamente nas revistas da especialidade aconselham-me a não embandeirar em arco, mas caramba, há-de chegar o dia em que tudo será diferente) que a poucas horas das primeiras aceleradelas em Melbourne não consigo disfarçar o meu otimismo. Sim, aposto muito em Vettel e Raikonen, mais aquele do que este, para colocarem um travão no domínio da Mercedes e poderem lá para o final do ano, no Abu Dhabi, dar a alegria que tanto desejo desde 2007. Sim, porque tirando a Ferrari acho difícil que outra equipa deite abaixo o poderio germânico.

PS1 – Ficando o futebol de fora, permitam-me que traga aqui os primeiros de liderança do novo Presidente da República de Portugal. Tenho pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa simpatia inesgotável. Pelo muito que nos ensinava nas suas noites televisivas, mas também pela sua simplicidade. Inesquecível, pois, aquela noite em Estugarda, na véspera do último jogo de Portugal no Mundial da Alemanha. Para mim começou ai a sua campanha rumo a Belém e fico superfeliz de o ver numa casa onde tenho a certeza nos defenderá.

PS2 – Infelizmente, também temos de saber conviver com as más notícias. Como a do inesperado desaparecimento daquele que para mim é, e será sempre, sem abuso na comparação, o Eusébio da ficção nacional, o pai das telenovelas e do bom entretenimento. Nicolau Breyner, como o «king», desaparece, precocemente, da face da Terra, mas será um dos muitos imortais deste País pequeno, mas grande em valores. Curvo-me perante o seu adeus à vida, agradecendo-lhe tudo o que fez para não nos acabrunharmos. Até sempre Nico Godunha Breyner.