João Correia, advogado do Benfica, e Rogério Alves, causídico que defende Jorge Jesus na ação interposta pelo seu antigo patrão, afirmaram a meio da semana à porta do Tribunal do Barreiro (embora somente o primeiro tenha usado da palavra) que a única coisa que havia para afirmar é que o julgamento se iniciaria em Junho de 2016. Porém, tendo em conta que o agora treinador dos leões vai avançar com o seu contra-ataque, estou em crer que vamos ter falatório antes do que foi anunciado.

Antes de qualquer considerando, porque não percebo rigorosamente nada de Leis e nem me interessa saber quem tem razão, de uma coisa tenho a certeza: foi grande o alarido quando Jorge Jesus foi a Alcochete, numa suposta visita de estudo. Para uns o treinador estava de férias mas continuava técnico dos encarnados. Outros consideraram que, ao ter sido impedido de entrar no Seixal para recolher coisas suas, havia matéria para rescisão unilateral.

Certo, certo é que na ação intentada pelo SLB contra JJ (mais de 150 páginas, mais de 300 artigos), trouxe-nos a preciosa informação um passarinho, não existe uma única referência a essa situação. Logo, das duas uma: ou quem defende o Benfica se esqueceu desse pormaior, o que não acreditamos tendo em conta a indiscutível categoria de João Correia, ou o conceituado advogado entendeu que por aí os encarnados não conseguiam receber do treinador os tão falados 14 milhões de euros de indemnização.

Mas, podem perguntar os adeptos, irá Jorge Jesus ficar sossegadinho no seu canto continuando a preparar-se, para as múltiplas batalhas que tem pela frente, não replicando, para mais quando continua convencido de que o seu anterior patrão lhe deve um mês de salário? Pois bem, a informação que interessa a quem acompanha a situação: JJ tem 10 dias para contra-atacar e como dia 21 é sábado, curiosamente a data do Sporting-Benfica da Taça de Portugal, a sua defesa dará entrada no Tribunal a 23.

O técnico continua convencido de que nada tem a pagar aos encarnados, mas sim a receber o já citado mês de salário. Mas uma vez que se sente, como dizer, aborrecido por a situação ter chegado onde chegou, também pensa pedir uma indemnização ao Benfica se se confirmar que foi impedido de entrar no Seixal a 4 de Junho e houver matéria para rescisão unilateral. E quanto pretende receber JJ se a Lei estiver do seu lado? Os 7,5 milhões de euros referentes à cláusula de rescisão existente no último contrato que assinou com os encarnados.

E há ainda mais uma coisinha: se eventualmente o Benfica for condenado em Tribunal por litigância de má-fé, o treinador já decidiu que a verba a receber será distribuída por organização de solidariedade social. Ou seja: confirmando-se tudo isto, os advogados das partes são bem capazes de vir a terreiro muito mais cedo do que afirmaram a meio da semana no Barreiro.

PS: não sei se Cosme Machado é curto de vista, mas fazer de Naldo o réu principal na confusão de Arouca com Lito Vidigal dá-me tão grande vontade de rir que, qualquer dia, a tão proclamada indústria do futebol fica pior que o chapéu de um pobre.