Depois de Thierry Henry, um dos grandes monstros do futebol moderno, recentemente retirado, anunciar ao Mundo, em Zurique, que Cristiano Ronaldo tinha conquistado a terceira Bola de Ouro da carreira – sabe-se agora que sem os cinco votos do selecionador do Gabão, o também português Jorge Costa, que tem todo o direito de entender que Messi foi melhor -, olho respeitosamente para o passado e entendo que, em definitivo, aquele que se quer perpetuar com um dos melhores da história do jogo colocou um ponto final nas dúvidas que podiam existir. É, na verdade, o maior futebolista português de sempre.

Como ele, tenho todo o respeito e admiração pelos feitos e sofrimento vividos pelo senhor Eusébio. Tive o privilégio de ver jogar o King dezenas de vezes e - longe de saber que seria jornalista - de contar e cantar mais tarde muitas das suas proezas a jovens que hoje fazem parte da minha vida. Mas ninguém pode levar-me a mal que entenda, assente em factos, que Cristiano Ronaldo é o melhor português de sempre e que já o não é de agora. Sim, eu sei que os tempos eram outros, que Eusébio jogou muitas vezes «pendurado», que ao material de hoje ele teria chamado um doce, que o efeito do marketing é muitas vezes capital, que ter jogado no estrangeiro seria determinante. Mas pode CR7 ser penalizado por aquilo que outros não tiveram?

Cristiano Ronaldo conquistou a terceira Bola de Ouro de forma categórica porque foi a grande figura de 2014 - e não me queiram iludir com o que se passou no Mundial. Já tem três troféus e avisou Messi que já está à procura do quarto – tal como tem três Botas de Ouro e já mira a quarta. É também por estes pormaiores que adoro o capitão de Portugal: a sua sede de conquista é insaciável. Uma realidade que deve servir de exemplo e não ser interpretada como arrogância, tal como alguns invejosos defendem.

Falta apenas um cantinho dedicado a esse mito do dirigismo futebolístico, Michel Platini pois claro. Depois de tudo ter feito para influenciar a votação em Neuer (o melhor guarda-redes mundial, sem dúvida) escreveu uma carta toda lamechas ao português. Hipócrita até morrer, digo eu.

PS: Nuno Madureira, Berta Rodrigues, Luís Mateus e Germano Almeida, mais o Luís Sobral, foram meus companheiros em «A Bola»; Sérgio Pereira esteve a meu lado no «Desporto Digital». O prazer de poder compartilhar com eles este espaço é algo de sublime. A minha vida deu mesmo uma grande volta...