Com o início da nova temporada futebolística bem mais perto do que se possa imaginar já só um dos 18 clubes participantes na I Liga - o Sp. Braga - ainda não tem treinador. O FC Porto, depois de muitas especulações, decidiu apostar em Nuno Espírito Santos, o «pai» da famosa frase «Somos Porto», num momento delicado da vida do plantel portista, e (re)abrindo, porque é essa a ideia que prevalece, as portas do Dragão ao superempresário Jorge Mendes.

Foram vários os nomes, todos portugueses, equacionados para liderar a nau portista, depois de em tempo oportuno, antes mesmo do desfecho na final da Taça de Portugal, se perceber que José Peseiro não cumpriria o contrato assumido a meio da temporada. Portanto, não foi Marco Silva, nem Leonardo Jardim, muito menos Paulo Sousa (que sempre foi a minha aposta, confesso-o, mas nunca é tarde para ver o antigo futebolista a trabalhar em Portugal, como resultado dos excelentes trabalhos que tem conseguido como treinador), mas sim Nuno Espírito Santo o eleito de Pinto da Costa.

Reconhecendo-se que no presente é mais difícil ser treinador, e até campeão, no FC Porto, porque o Benfica cresceu muito (como o provam as três últimas Ligas) e o Sporting, finalmente, dá continuidade a um projeto, ainda por cima um projeto que tem Jorge Jesus como cabeça de cartaz, seria pura especulação dizer que vai acontecer isto ou aquilo. Porém, não me furto a dois comentários: os portistas necessitam urgentemente de reformular o seu plantel, a começar pelo centro da defesa; o técnico que agora chega ao Dragão foi defensor, em Vila do Conde e Valência, de um futebol de contra-ataque. Ora, esse não é o ADN portista e Nuno Espírito Santo vai ter, forçosamente, de dar um passo em frente.

Com Rui Vitória e Jorge Jesus confirmados em Benfica e Sporting, e resolvida a questão nos portistas, falta apenas o Sp. Braga, recente vencedor da Taça de Portugal, encontrar timoneiro. António Salvador foi fantástico em relação a Paulo Fonseca (é muito o dinheiro que vai ganhar em dois anos na Ucrânia e o presidente minhoto entendeu essa realidade) e agora só falta, se assim se pode dizer, encontrar o seu sucessor. E o que parece que está para acontecer é verificar-se o regresso de… José Peseiro. O homem que conquistou a Taça da Liga para os bracarenses pode estar de volta e essa é uma situação a confirmar em breve. Isto porque Julen Lopetegui não aceitou o convite que lhe foi dirigido.

Quanto ao restante, Pedro Martins foi para Guimarães depois de Vila do Conde, onde se estreia Nuno Capucho (as outras estreias no escalão principal são Carlos Pinto em Paços de Ferreira e Pepa em Moreira de Cónegos), Jorge Simão mudou-se dos pacenses para Chaves, enquanto José Couceiro está de regresso a Setúbal.

Nota, também, para as continuidades de Lito Vidigal em Arouca, Manuel Machado no Nacional, Petit no Tondela e José Mota no Feirense. Assim como Fabiano Soares no Estoril, Júlio Velázquez no Belenenses e Erwin Sanchez no Boavista, trio de estrangeiros ao qual se junta o brasileiro PC Gusmão, contratado pelo Marítimo.

Ou seja, feitas as contas há cinco estreias na I Liga, quatro estrangeiros, vários técnicos que dão continuidade ao seu trabalho, mas continua uma vaga por preencher. Será que o Sp Braga resolverá esse problemas nas próximas horas? Tudo aponta nesse sentido…

PS1– Jorge Jesus estreia-se nesta quinta-feira como comentador de futebol. Sim, o treinador do Sporting nunca fez um comentário de um jogo pela televisão e aceitou o convite que lhe foi dirigido. É logo, a partir das 19.45 horas, na TVI, no Inglaterra-Portugal. Se for a comentar como é a dirigir equipas… o sucesso está garantido.

PS2– Podem contar-se as mais variadas histórias, mas não consigo entender como é que não foi jogado na data prevista o jogo que atribuía o título nacional de andebol a ABC ou Benfica. Há coisas que só acontecem mesmo no Desporto português. E depois é grande a admiração quando chegam as provas internacionais.