A Fórmula 1 está de regresso. E ainda continua a ser a mais excitante competição automóvel do mundo, apesar de tudo aquilo que lhe tem sido feito nos últimos tempos, para que se vá apagando na preferência de quem gosta de Desporto. A partir deste fim-de-semana, em Melbourne, na Austrália, e durante nove meses e meio, quase sempre de 15 em 15 dias, voltam as emoções das corridas. O silvo dos carros já não é, garantidamente, o mesmo, mas o fascínio, espetáculo, cor, alegria e frustrações continuam quase iguais ao passado, já para não falar nos milhões de euros.

Uma vintena de circuitos – em comparação com a temporada passada, regressa ao «circo» o México, ausente desde 1992. Dez equipas – a novidade é a Manor, mas deixam de competir Marussia e Caterham. E 20 pilotos, que serão forçosamente 21, uma vez que Fernando Alonso, depois do problema nos testes em Barcelona foi aconselhado pelos médicos a não deslocar-se à Austrália. Tudo isto, mais umas quantas madrugadas, não sei quantas sessões de treino e tudo o que diz respeito à modalidade, mesmo não percebendo nada no plano técnico da coisa, pois o que me importa é ver as corridas, fazem da F1 uma das minhas grandes paixões. Onde, como muita gente sabe, sou verdadeiro sofredor da Ferrari.

A questão que se me coloca é esta: depois do domínio de Schumacher (que continua, infelizmente, muito debilitado) e do domínio de Vettel (que agora passa a ter em mim um apoiante), será que vem aí o domínio de Hamilton? O que parece evidente, pelo que vejo e leio, é que a Mercedes vai continuar a dominar. Se será com Hamilton ou Rosberg logo se verá, mas parece que, como na política, a ditadura germânica é para continuar. A não ser que Vettel se torne no novo schumi tão desejado na Ferrari ou que Alonso tenha na McLaren a felicidade que não teve com as cores de Maranello. Mesmo assim, correndo o risco de mais uma época em branco, não desisto! A Fórmula 1 é para mim como o futebol ou a NBA: uma loucura.

PS: depois de Nelson Évora (curvo-me perante a sua persistência, capacidade de luta, classe e força mental depois de perseguido por tantas lesões) ter enchido de alegria quem gosta de Desporto, o FC Porto provou no Dragão consistência, qualidade e grande futebol para estar entre os oito melhores da Europa. Numa demonstração de classe fantástica, os portistas atropelaram o Basileia e, por mérito, podem continuar a sonhar. Como aconteceu na época em que o seu líder foi José Mourinho.