A Seleção Nacional tem esta quinta-feira mais uma final rumo à concretização do objetivo que desde há um par de meses nos tem sido transmitido por Fernando Santos, numa altura em que as principais equipas lusas já olham para o futuro e têm entre mãos alguns casos bem bicudos para resolver. E nesse particular, o Sporting vai ter de usar de total diplomacia.

Primeiro Portugal. O selecionador – segundo um insuspeito jornalista, como é o caso do meu particular amigo, de quase 40 anos, José Carlos Freitas - vai ficar mais dois anos na FPF e quanto a isso acho que o organismo faz bem – preparou para o jogo com a Croácia uma equipa mais de acordo com aquilo que acho ser o melhor para Portugal: jogadores de raiz em certas posições; «miolo» mais equilibrado; um «joker» (Quaresma) sempre disponível.

Perante tais realidades só faltam duas coisas: que o selecionado eleve a sua qualidade de jogo, pois estes futebolistas podem jogar mais. Não é necessária «ópera» mas um bocadinho de futebol com a marca lusa – e que neste «mata-mata» com a Polónia que Fernando Santos reconheça que o grupo que bateu os croatas com muita felicidade lhe dá mais garantias… reforçado com Renato Sanches. A Polónia merece respeito, mas Portugal deve ser o dono do jogo. E se for assim, Lyon espera pela equipa das quinas está garantido um lugar entre os quatro primeiros.

Agora as equipas, deixando dos três grandes o Sporting para o fim, não por falta de respeito, mas por o tema ser o mais delicado. No Benfica é quase interminável a lista de futebolista para colocar como a seguir refiro, sinal de que muitas vezes se contrata a esperar o melhor e nem sempre resulta. E nem sequer coloco aqui nomes como os de Sálvio, Talisca, Carcela, Jonas, Carrillo, Ederson ou Jardel, pois para chegar aos tais 200 milhões de euros defendidos por Luís Filipe Vieira alguns destes não podem continuar.

É enorme o grupo: Djuricic, Tarabt, Derley, Steven Vitória, Mukhtar, Ola John, Fariña, Pelé, Candeias, Bebé, Murillo, Ruben Amorim, Romário Baldé, Guzzo, Fábio Cardoso, Ponk, Lolo Plá, Bruno Varela, Diego Lopes, Frisenbichler, Luís Felipe, Rojas, Gianni Rodriguez, mais César que está emprestado até final do mês ao Flamengo. Ufa, que loucura! Tenho a certeza de que a maioria queria ficar na Luz, mas já se sabe que não entram nas escolhas de Rui Vitória.

Quanto ao FC Porto, para já, a lista é bem mais reduzida e dela já não faz parte Helton, que passou 11 anos nos dragões: Adrian López, Fabiano, Bolat, Kadu, Abdoulaye, Kayembé, Lichnovsky, Tiago Rodrigues, David Bruno, Mikel, Licá, Ghillas, mais Maicon, que quer continuar no São Paulo, já se sabe que não fica nos portistas. Mas até ver… Nuno Espírito Santo ainda deve emagrecer o plantel, mas enquanto não chegam os internacionais é preciso um grupo maior na pré-temporada.

Aparentemente quem tem menos problemas quanto a dispensas é o Sporting. Com o seu quê de estranho, Tobias Figueiredo foi emprestado ao Nacional (certamente foi enterrado o passado difícil entre os dois clubes…), Aquilani tem as portas abertas para sair, vamos ver o que acontecerá com Mané. Há jogadores que podem ser negociados, como William Carvalho e João Mário, mas os casos mais complicados, os tais a merecer paciência e diplomacia, são os de Teo Gutierrez e Slimani.

O colombiano, como é hábito desde que chegou aos leões, já armou mais uma novela: assim que aterrou em Lisboa abriu a boca e deixou claro que quer jogar, novamente, no River Plate… até porque o Sporting deve dinheiro ao clube argentino. Já o argelino está «de baixa» devido a um problema familiar e sem querer especular será mesmo isso ou ainda estar ligado aos lisboetas quando já julgava estar com outra camisola vestida? Aliás, em certos círculos garante-se que Slimani jamais voltará a Lisboa, o que faz pressupor um novo braço de ferro com Bruno de Carvalho.

Nessa medida… há aqueles que davam tudo para ficar nos grandes, mas há aqueles que com contrato e muito desejados (quantas vezes Jorge Jesus se referiu aos dois avançados e às dificuldades em substituí-los…) não querem mesmo continuar. Logo, dá Deus nozes…

PS1 – Helton foi durante uma década e meia – é bom não esquecer os anos em Leiria – figura da nossa Liga. Por aquilo que defendia, mas muito particularmente pela forma como se posicionava em momentos de crise, digamos assim. Não foi feliz no Jamor, mas não quero crer que foi essa exibição que ditou a sua saída dos dragões. Acho mesmo que isso tem a ver com a idade (38) e com o facto de o FC Porto ter sete guarda-redes com contrato…

PS2 – O Europeu prossegue o seu rumo, estão aí os quartos-de-final. Depois de ter eliminado a Espanha, a Itália perfila-se como séria candidata, juntamente com França e Alemanha, mas a quem me quero referir é às claques irlandesas. Desde 1994 que olho para a Rep. Irlanda com simpatia e carinho; a partir de agora também para a Irlanda do Norte. E podia ser a partir do futebol, na sequência do Brexit, que os dois países se podiam unir.