Este fim de semana os jogos dos grandes não foram fáceis (apesar do resultado desnivelado em dois deles) e os treinadores tiveram de recorrer ao banco para mudar o curso do jogo e o resultado. Por motivos diferentes, Lopetegui, Marco Silva e Jorge Jesus foram obrigados a tomar decisões, escolhendo as melhores soluções.

Foram felizes. Como disse Lopetegui, nem sempre estas situações saem bem mas, contra o Braga, as opções que tomou resultaram em pleno. Com um jogo complicado, o técnico não demorou a agir e ao intervalo lançou Quintero e Ruben Neves. A juntar a Oliver, as apostas tornaram este meio campo ainda mais jovem e com muita qualidade. Quintero correspondeu e resolveu com classe ao marcar um golo, num jogo que esteve muito dificil até ao fim.



Lopetegui tem promovido a rotatividade, ao longo destas sete jornadas e não só. O FC Porto vai em onze jogos disputados e em todos eles não repete o onze. Tem mantido este esquema desde o início da época o que tem causado surpresa e motivado críticas, porque os resultados não estão a corresponder na totalidade. Para mim, apesar de esta não ser uma situação habitual, revela coerência por parte de Lopetegui na passagem das palavras aos actos.

O técnico portista disse desde o início que a equipa não teria titulares e a verdade é que não se ficou pelas palavras: os onzes demonstram isso mesmo. Já se percebeu que Lopetegui é uma pessoa de ideias fortes que acredita no que está a fazer, goste-se ou não. Uma coisa é certa, serão os resultados a avaliar o seu percurso e as suas escolhas. E ele sabe-o.



Na Luz, olhando apenas para o resultado final, dá a ideia que a vitória do Benfica foi fácil, mas não.
O Arouca apresentou-se bem e demonstrou ter a lição bem estudada, só não conseguiu marcar quando teve as oportunidades. Foram muitas as dificuldades criadas e na primeira parte Artur evitou o que podia ser uma surpresa.

Mas onde esteve o problema? Sem Enzo, e quando Salvio e Gaitan não funcionam e impulsionam a equipa, as fragilidades acentuam-se. Espera-se que outros assumam essa responsabilidade mas a dupla que liderou as acções no centro do terreno não foi capaz de fazê-lo. Samaris e Talisca foram escolhidos por Jesus para indicarem os caminhos da equipa, imprimindo o ritmo. Não conseguiram.

E a solução? As entradas de Jonas (por lesão de Lima) aos 43 minutos e de Ola John ao intervalo mexeram com a equipa e ela foi em crescendo, terminando naqueles 15 minutos impressionantes.

A estreia de Jonas foi positiva. Gosta de ter a bola, movimenta-se bem e marcou. E Ola John entrou bem, assinando duas assistências. Na primeira, foi excelente trabalho do holandês, a pedir a bola no espaço e em profundidade pelo corredor. Ganhou em velocidade e depois a fazer o que tem de ser feito, cruzando para trás onde apareceu Salvio a cabecear. A segunda foi um excelente cruzamento para Jonas se estrear. Por último, uma nota para o jovem Talisca. Sem fazer um bom jogo, voltou a marcar e com seis golos lidera a lista dos melhores marcadores, superando as expectativas.



Em Penafiel o Sporting também goleou, foi superior e dominou mas não esteve tão bem quanto o resultado possa dizer. A equipa foi paciente, é certo, mas devia ter imprimido mais velocidade e intensidade e o resultado podia ter sido construído mais cedo.

Como isso não aconteceu, Marco Siva mexeu bem, tirando William e André Martins. A dupla substituição que Marco Silva fez ao minuto 56 acabou de vez com a resistência penafidelense.

Montero e Adrien foram determinantes na mudança do resultado. Com Adrien, o Sporting passou a ter mais circulação de bola e velocidade no passe enquanto Montero, com um posicionamento entre linhas, baralhou as marcações.

O colombiano assistiu Nani para o 4-0, pouco depois de se ter reencontrado com os golos, ao fim de 300 dias. Mais uma vez, as opções do treinador revelaram-se felizes e eficazes.

Duas notas finais para o Sporting.William apresenta um rendimento baixo e a equipa ressente-se. O potencial está lá e o que vimos o ano passado foi claro, mas o jogador continua ainda num processo de crescimento e evolução. É importante melhorar e dar continuidade.

A opção por Adrien na posição 6 e a inclusão de Montero no apoio a Slimani, pode ser, a meu ver, uma opção a tomar não só durante o jogo mas também de início em outros. Adrien e João Mário sabem posicionar-se e têm qualidade de passe e capacidade para circular a bola e imprimir ao jogo o ritmo devido.

Nani e Carrillo sabem fechar por dentro e serem a ajuda necessária para os colegas. Montero seria o elemento de apoio à dupla do meio campo e mais um na area. Situações para Marco Silva decidir mas a verdade é que a aposta resultou em Penafiel. E a vida de treinador é feita de decisões constantes.

P.S.
Na seleção, começou a era Fernando Santos. França, apesar de jogo particular, tem importância pelo que pode trazer de confiança e motivação. O jogo na Dinamarca é três dias depois, e a contar. Importante começar bem. Boa sorte e força, Portugal!

Os sub 21 com Rui Jorge ao comando disputam com a Holanda o play off de acesso ao Europeu do próximo ano. Com alguns jogadores na equipa principal e outras baixas que surgiram, o desafio não é fácil mas acredito na qualidade dos jogadores e na liderança do Rui. Mais uma vez: boa sorte e força, Portugal!