«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.

Na impressionante lista que Rui Jorge elaborou para o Europeu de sub-21 constam apenas dois jogadores que nunca jogaram no principal escalão do futebol português: Kevin Rodrigues, promessa da Real Sociedad nascida em França, e…o capitão da equipa, Bruno Fernandes.

Em 2012, no final do primeiro ano na equipa de juniores do Boavista, o médio nascido na Maia decidiu assinar pelo modesto Novara. Partiu discretamente, chegou a Itália como desconhecido, mas em cinco anos construiu uma reputação louvável no calcio.

Do Novara passou logo para a Udinese, equipa onde conquistou o respeito do ídolo Antonio di Natale. Há um ano na Sampdoria, Bruno Fernandes soma já mais de uma centena de jogos na Serie A.

A mudança para Itália acelerou o crescimento futebolístico. Bruno revela hoje uma maturidade que vai muito além dos 22 anos do bilhete de identidade. E uma versatilidade sustentada na cultura tática, que lhe permite assumir influência elevada tanto a «10» como a «8».

Confortável em praticamente todos os momentos do jogo, Bruno Fernandes sabe ser cerebral sem renunciar à capacidade de trabalho. Não é por vê-lo a sujar o equipamento que deixamos de esperar apontamentos requintados.

Ainda que a concorrência seja impressionante (nesta altura a seleção AA tem Moutinho, André Gomes, Adrien e Pizzi, sem esquecer o lesionado João Mário), Bruno Fernandes é um nome a ter em conta para o futuro da equipa das quinas.

Mas o ciclo nos sub-21 ainda está por fechar, e depois de ter sido riscado da lista final para o Euro2015, Bruno Fernandes apresenta-se na edição deste ano como «10» e capitão de Portugal.

A braçadeira fica-lhe bem.