Não poderia dar noutro destino que não este. Há casos e casos, mas com este perfil era demasiado evidente que o resultado final das várias atuações do presidente do Sporting CP iria ser algo aproximado do que aconteceu na passada sexta-feira. Tal como a derrota seria natural no campo do Atlético de Madrid. E até este facto é pouco estratégico por parte do presidente do Sporting CP, escolher um jogo frente ao atual segundo classificado da Liga espanhola e que recentemente foi campeão espanhol e esteve presente em finais europeias, para espalhar a sua perplexidade face aos erros que todas as equipas cometem nos vários jogos durante uma época desportiva.
E nada começou na quinta-feira à noite. Esse apontamento na rede social foi apenas mais um. Uma árvore gigantesca numa floresta cheia de conflitos, presenças constantes nos assuntos do plantel, uma liderança centralizadora, autoritária e que aos poucos, como em todas estas lideranças, vai ficando rodeada de pessoas que tendo ou não tendo valor, são apologistas e defensores acérrimos da opinião constante da liderança maior.
A história está sempre presente para quem não quer ficar demasiado surpreendido. Quase todos estes líderes mais autoritários, constantemente presentes, centralizadores, acabam por criar dois ou três apontamentos que me parecem muito relevantes: criam muitas expectativas sobre o que dão e desejam receber ao mesmo nível, não conseguindo conviver com as frustrações; desgastam muito pela constante opinião sobre o processo e resultado; e como em quase todas as lideranças, mas nestas ainda mais, necessitam de vitórias para se alimentarem e para alimentarem a visão dos que os rodeiam.
Não acredito na mudança por parte do estilo de Bruno de Carvalho. Acredito que a maturidade social e bastante relacionada com a liderança o faça alterar algumas ações para não prejudicar o clube e a ele próprio. Mas daí a ficar mais maduro de um dia para o outro, não compro essa ideia. O ser humano é assim mesmo, acreditando piamente nas nossas convicções vão até onde conseguem acreditar. E era aqui que uma direção com menos decisões por consenso poderia dar o seu contributo e chamar o presidente à razão.
Independentemente do que acontecer, quem joga ou não joga, dispensados ou suspensos, perdoados ou castigados, nada ficará como dantes. E este ponto seria na minha opinião aquilo que deveria preocupar todos aqueles que gostam do Sporting CP. Sábado trouxe mais episódios. E quando se pensava que os ares poderiam estar mais saudáveis, Bruno de Carvalho apressou-se a emitir mais um comunicado pelo seu canal oficial a dizer aquilo que todos nós já sabemos: quem manda é ele, quem decide é ele, quem sabe é ele, e por fim, todos os outros não sabem de nada nem de ninguém.