«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.

O Sp. Braga foi, entre os candidatos ao título, aquele que mais surpreendeu no mercado de inverno. Não por algum nome sonante que tenha chegado à «Pedreira», antes por não ter chegado ninguém.

É verdade que os «arsenalistas» abriram e fecharam a janela de transferências a seis pontos do líder FC Porto, mas o que se passou entretanto, em menos de quinze dias, mostra que havia legitimidade para continuar a sonhar com o tal título que António Salvador quer festejar antes do centenário.

O Benfica também não recrutou ninguém, optando por libertar alguns reforços que não o chegaram a ser, substituindo-os por jovens da equipa B, mas a perspetiva bracarense é especial.

Poucas vezes o emblema minhoto dependeu apenas de si para conquistar um título inédito, e se esse contexto é fruto de um projeto sólido e coerente, talvez esta nova oportunidade justificasse uma valorização diferente do mercado de inverno.

Até porque seria sempre uma atuação cirúrgica, para uma ou outra posição, e que não implicasse qualquer manobra financeira de risco.

Nada disto significa que o grupo à disposição de Abel não tenha qualidade suficiente para lutar pelo título, e é por isso que este texto começa precisamente por validar essa candidatura.

É perfeitamente natural que o técnico tenha preferido destacar a permanência das principais figuras da equipa, ainda que também isso motive a surpresa em torno do balanço de mercado.

As contas à valorização do plantel ficam para mais tarde, e a realidade é que este Sp. Braga já vai aprendendo a vencer mesmo nos dias em que não consegue convencer.

Continua a correr por fora, é certo, mas isso até pode dar jeito, sobretudo se FC Porto e Benfica andarem demasiado distraídos um com o outro.

(Artigo originalmente publicado às 23:45 de 14-02-2019)