Joe Dumars era um Bad Boy.

Um dos Pistons de Detroit que no final dos anos 80 e início dos 90 atormentou Michael Jordan. E este dispensa apresentações.

Jordan era tão fenomenal que os Pistons desenvolveram uma coisa chamada de «Jordan Rules». Basicamente, uma estratégia defensiva planeada e programada para parar o 23 dos Bulls.

O que era impossível.

Portanto, o certo seria dizer menorizar o impacto de Jordan no ataque de Chicago.

Os Pistons ganharam a fama de Bad Boys por causa desses playoffs consecutivos na viragem da década de 80 para 90.

Já Dumars recebeu o troféu de «melhor defensor que encontrei na carreira» atribuído por Jordan.

Ainda assim, o jogador dos Pistons, numa entrevista, explicava o que era defrontar His Airness.

«Ficas consumido por ele. Ficas consumido de que ele está no campo e, se cometeres um erro, não é uma questão sobre se te vais queimar ou não. Tu já estás queimado.»

Imagine-se o impacto que o telegráfico comunicado de Jordan teve nos adversários quando anunciou o regresso em 1995 – tinha parado em 1993.

Efeito igual devia ter provocado nas defesas inglesas o também telegráfico post de Zlatan Ibrahimovic quando anunciou a mudança para o Manchester Utd.

Alguém devia ter pensado as «Zlatan Rules».

Porque Ibrahimovic consome a mente dos rivais.

Pela presença em campo. Porque ronda a zona como um predador. Porque tem hábitos de Cantona. De quem lhe herdou o jeito de andar, traços de personalidade e a arrogância. A consciência própria do que vale. E herdou também um queixo sempre levantado. O ar altivo, de realeza, como o são Jordan e o francês, Rei de Old Trafford.

Uma Taça da Liga e 26 golos em 38 jogos ainda não chegam para Zlatan ser o deus de Manchester. Nem sequer o rei ou príncipe.

Mas chegam para ganhar o direito a puxar as golas para cima.