Mesmo que devidamente planeados, alguns «Bola na Barra» não correm exactamente como inicialmente os pensámos.

Em Abril de 2009, no seguimento de uma provocação que lançámos a Amaral (herói de Riade), à data treinador do GD Peniche, fomos até à beira-mar gravar uma edição da rubrica. Lá chegados, percebemos que a luz artificial do Estádio do GD Peniche iria proporcionar uma nova experiência ao espectador: ver uma edição muito amarelada do «Bola na Barra». E a isso, juntou-se aquela que, provavelmente, foi a equipa mais brincalhona (ou, uma das mais brincalhonas) de sempre a aceitar o nosso desafio.

Foram tantas as alcunhas e tantas as "bocas" com que o plantel presenteou quem ia tentando a sorte no remate à barra da baliza que nos ficou na memória para sempre. Mais por isso até, do que pelo facto de o Peniche ser uma das poucas equipas a acertar por duas vezes na barra.

Um dos mais divertidos (e generosos) do plantel a arranjar alcunhas para os colegas foi o avançado Silva (que, curiosamente, se chama Elísio Alexandre Caneira Mendes - sem Silva no nome). Só ao guarda-redes João Miguel, Silva alcunhou de «parte de trás de um esquentador» e «João bidon».

Na resposta, ou seja, na vez de Silva, o plantel vingou-se. «Vai um gajo de joelhos agora!», «Ó Silva, levanta-te!», «O meu nome é Silva e sou pintor de rodapés!», «Tome atenção e foque só cá por cima que ele não tem pescoço» foram as frases que os colegas do mais baixo avançado do plantel lhe dedicaram.

Foi, de facto, um «Bola na Barra» de surpresas. Pela negativa, inicialmente, devido às parcas condições de iluminação para televisão mas também pela positiva, com um video muito divertido que ainda hoje é lembrado por muitos espectadores e fãs da rubrica. Ah! E só mais um pormenor. De toda a gente que se lembra do video e nos fala dele, ninguém refere que os jogadores estão mais amarelados que em outros "Bola na Barra".

É por essas e por outras que percebemos que a rubrica vale muito mais pelo conteúdo (e acima de tudo pela boa disposição de quem gosta de nela participar) do que propriamente pela forma como é feita. Ainda assim, da forma nós cuidamos (e tentamos sempre fazer melhor). Mas o sucesso de um «Bola na Barra» depende, essencialmente, da equipa que visitamos.