Paris 1900

Eram os segundos Jogos Olímpicos da era moderna e a organização foi um desastre. A competição de natação, por exemplo, foi realizada em pleno rio Sena. Como os proprietários dos barcos não aceitaram parar o seu negócio, houve atletas a nadar ao lado e mesmo por baixo das embarcações. No atletismo os caminhos estavam cheios de lama e os lançadores do disco e do martelo várias vezes ficavam sem os seus instrumentos, porque estes desapareciam.

Londres 1908

O italiano Dorando Pietri esteve quase sempre à frente na maratona, mas, a 100 metros da meta, caiu no chão devido ao cansaço. Os árbitros, solidários, foram ajudá-lo a pôr-se de pé e a atravessar a linha de chegada. Após um protesto do segundo classificado, os mesmos árbitros tiveram de desclassificá-lo.

Munique 1972

Oito homens do grupo palestiniano Setembro Negro conseguiram entrar na aldeia olímpica, mataram de imediato dois atletas israelitas e fizeram outros nove reféns, exigindo a libertação de 200 árabes prisioneiros em Israel. Após várias horas de negociação, quando tentavam fugir de helicóptero, uma investida falhada da polícia alemã levou à morte de todos os reféns, de cinco terroristas, de um agente e de um piloto. Três dos terroristas sobreviveram, foram detidos e entretanto já morreram, sendo que dois deles poderão ter sido assassinados pela Mossad israelita. Mesmo com um saldo de 18 mortos, o presidente do Comité Olímpico Internacional da altura, Avery Brundage, disse uma frase que ficou famosa: «The Games must go on» (Os Jogos devem continuar). E continuaram.

Montreal 1976

Foi o primeiro grande boicote político da história das Olimpíadas. A seleção neozelandesa de rugby, os famosos «All Blacks», foram em digressão pela África do Sul, quebrando o isolamento do país do apartheid. Foi exigida a suspensão da Nova Zelândia, mas o COI não cedeu, alegando que o rugby nem sequer é desporto olímpico. 28 países, sobretudo africanos, não foram aos Jogos.

Moscovo 1980 e Los Angeles 1984

Em plena Guerra Fria, a União Soviética invadiu o Afeganistão um ano antes de organizar os Jogos Olímpicos, um motivo que levou os Estados Unidos a liderarem um boicote com mais 60 países. A «vingança» chegou quatro anos mais tarde, quando a grande maioria dos países da União Soviética não compareceu nas Olimpíadas em solo norte-americano.

Seul 1988

O canadiano Ben Johnson tornou-se uma super-estrela ao vencer o ouro nos 100 metros com um recorde mundial de 9,79 segundos. Mas, afinal, tinha tido uma ajuda ilegal e a medalha acabou por ser retirada por doping. O norte-americano Carl Lewis ficou com ela.

Sydney 2000

A norte-americana Marion Jones arrecadou três medalhas de ouro e duas de bronze nestes Jogos, mas, sete anos mais tarde, admitiu ao mundo que se tinha dopado. As medalhas foram retiradas e a atleta até foi condenada à prisão. Na altura, o presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diak, afirmou que «Marion Jones será sempre recordada como uma das maiores fraudes da história do desporto».

Atenas 2004 e Pequim 2008

As últimas Olimpíadas têm sido marcadas sobretudo por casos de doping. Em 2004, os gregos Kostas Kenteris e Ekaterini Thanou fugiram aos testes de anti-doping, tendo inventado mesmo um acidente na véspera do início dos Jogos, pelo que acabaram suspensos por dois anos. Já em 2008, o primeiro título olímpico do Bahrein, a medalha de ouro nos 1500 metros conquistada por Rashid Ramzi, também foi posteriormente retirado por doping.