O regresso surpreendente de Michael Schumacher à Fórmula 1 apela à nostalgia. O piloto germânico volta a competir mais de dois anos e meio depois da última corrida. Mas o alemão não é, longe disso, caso único.

Ao longo dos tempos, vários campeões soçobraram à tentação. Não resistiram ao postular da glória. Fartos da vida tranquila, do sussurro da preguiça, de um envelhecer iníquo, apostaram numa viagem no tempo.

Alguns voltaram a competir e repetiram triunfos passados. Outros foram enganados pelo próprio corpo. Pagaram caro a ousadia do desafio à plêiade de jovens lobos e retomaram de cabeça baixa a reforma dourada.

Schumacher volta à F1

Schumacher, Armstrong e Jordan. Todos eles se afastaram da alta roda e todos eles, por diferentes motivos, se atreveram a regressar. Mas há mais, muitos mais.

O Maisfutebol deixa-lhe uma lista de nomes inatacáveis mas nesta lista não cabem Pelé e Maradona.

O primeiro interrompeu apenas por seis meses a actividade, antes de assinar com o Cosmos. O segundo, no meio de uma turbulência ufana, nunca assumiu verdadeiramente a despedida até ao adeus definitivo em 1997.

Lista dos regressos mais notáveis:



Michael Schumacher:

Sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1. Retirou-se no final da temporada de 2006, com 37 anos e 250 corridas realizadas. Anunciou a 29 de Julho de 2009 o regresso aos volantes da Ferrari.

Lance Armstrong:

Um dos maiores ciclistas de todos os tempos. Vencedor do Tour de França em sete anos consecutivos. Abandonou o ciclismo profissional em 2005 para voltar em 2009, com 37 anos. Conseguiu ser 12º no Giro e 3º no Tour.

Michael Jordan:

Esteve fora da NBA 17 meses. Voltou em 1995 para conduzir os seus Chicago Bulls a mais três títulos: 1996, 1997 e 1998. Durante a paragem experimentou sem sucesso o basebol profissional. Despediu-se novamente do basquetebol em 1999, aos 36 anos, mas regressou em 2001 para fazer duas temporadas nos modestos Washington Wizards.

Magic Johnson:

Cinco vezes campeão da NBA (1980, 1982, 1985, 1987, 1988), sentiu o mundo cair-lhe em cima em 1991. Tinha 32 anos e soube ser portador do vírus HIV. Cinco anos depois, os Lakers desafiaram-no a regressar por uma temporada. Fez 32 jogos e retirou-se em beleza.



Martina Hingis:

A tenista suíça foi forçada a retirar-se dos courts aos 23 anos, devido às lesões recorrentes. Três anos depois, em 2006, voltou. Mas teve mais vontade do que juízo. Deu positivo a cocaína num teste efectuado em 2007 durante Wimbledon.

Martina Navratilova:

Aos 38 anos, em 1994, deixou o ténis com 18 títulos de Grand Slam no bolso. Manteve-se afastada durante seis anos até voltar para jogar na variante de pares. Venceu mais três torneios importantes até se despedir com 50 anos da modalidade.

Alain Prost:

O «professor» foi despedido pela Ferrari em 1992, apesar dos títulos em 1985, 1986 e 1989. A Williams deu-lhe uma oportunidade em 1993 e nessa temporada dominou uma vez mais a Fórmula 1.

Muhammad Ali:

O melhor pugilista de todos os tempos. Deixou os ringues em 1978 para regressar em 1980, com 39 anos. O sucesso não foi o mesmo. Ficou célebre a pesada derrota às mãos de Larry Holmes em Outubro de 1981.



Bjorn Borg:

Retirou-se aos 25 anos do ténis, no auge do seu jogo, fazendo jus à sua excentricidade. No início da década de 90, quis reentrar no mundo do ténis com uma raquete de madeira. Em dez torneios não ganhou um único jogo.

Steve Redgrave:

«Se voltar a aproximar-me de um barco dêem-me com um remo na cabeça», gritou depois de ganhar o ouro nas Olimpíadas de 1996. Quatro anos depois, depois de um longo hiato competitivo, repetiu o feito em Sidney.