A FIGURA: Garay
Está com a cabeça no Benfica. Sai, não sai, ninguém sabe. Por enquanto, com o Zenit lá longe a piscar-lhe o olho e a acenar-lhe com um carregamento de dinheiro, mantém os pés no chão e o profissionalismo em tudo o que faz. Além do golo, desbloqueador, não perdeu um lance e resolveu tudo com classe e concentração. É um central de eleição e será, por certo, uma baixa grave caso rume para São Petersburgo.

NEGATIVO: protestos a mais
Ao intervalo, o Benfica tinha três defesas amarelados, dois por protestos com o árbitro. É um problema comportamental dos nossos futebolistas. Falam, abusam, levam longe de mais os seus argumentos e quase sempre de forma incorreta. Mais cabeça fria, por favor.

MOMENTO DO JOGO: golo de Markovic, minuto 68
Terá sido o frio? O relvado empapado? A exigência física num jogo de poucos espaços? Tudo junto talvez ajude a explicar o desaparecimento do internacional sérvio na Mata Real. Zero, não fez nada de significativo, nem de útil, até… pois, o nosso raciocínio foi quebrado com a arrancada imparável para o segundo golo do Benfica. Salvou a noite e fechou a contagem. Nota positiva para ele.

OUTROS DESTAQUES:

Fernando Neto
A probabilidade de elogiar o esquerdino, sacrificado na posição-nove, era muito baixa à partida. Contrariou os prognósticos menos entusiasmados e cumpriu na perfeição a tarefa idealizada por Henrique Calisto. Não parou um segundo, recuou para receber a bola de frente, entregou sempre bem com o seu excelente pé esquerdo e conquistou várias faltas. Tem qualidade, sabe jogar, mas não soube decidir quando teve no um para um com Luisão (minuto 57). Um menino talentoso.

Bebé
Não sabemos se é, ou não, jogador para o ManUtd. O que nos parece evidente é que para a dimensão qualitativa da liga portuguesa, Bebé será sempre uma mais-valia. Francamente bem no duelo com Maxi Pereira, mesmo em instantes de sucesso improvável. Ganhou espaço, ressaltos, arriscou e soube quando passar de forma simples. A qualidade está lá, é evidente em cada ação. Só não se pode é encolher quando tem de ir ao ar disputar a bola.

Nico Gaitán
A riqueza técnica não é novidade nem surpresa, mas a raça e o desejo com que encarou o jogo merecem um elogio especial. Foi ao chão, roubou bolas, ganhou no corpo a corpo, surpreendeu. Fez tudo o que Markovic foi incapaz de garantir. Por inépcia ou, lá está, falta de ambição. Os pezinhos de veludo de Nico não se envergonharam com o tapete modesto de Paços Ferreira.

Fejsa
Equilibrado no posicionamento, simples no passe, forte no ar, sereno no choque. Não é Matic, nunca será, pois falta-lhe dimensão no arranque do processo defensivo. Garante, porém, segurança e eficácia num lugar-chave. Em Paços Ferreira esteve confortável em todas as ações. Bom jogo.

Romeu
André Leão é dono e senhor do lugar-seis em Paços Ferreira e Romeu soube substituí-lo com qualidade. O que lhe falta no passe e na organização, sobra-lhe na raça e no posicionamento. Uma aposta acertada de Henrique Calisto para este jogo.

Rúben Amorim
Competente a lançar e a organizar, mas sem a fúria de Enzo Pérez. É um jogador maduro, consciente e uma garantia de solidez no meio-campo. Com uma reserva deste calibre, Jorge Jesus pode estar descansado.