A figura: Lucho González

O epíteto de El Comandante assenta-lhe como uma luva. Na Capital do Móvel, assumiu o jogo desde o primeiro minuto. Percebendo o nervosismo de algumas unidades, foi a voz da razão e o primeiro a procurar a baliza de Cássio. Mais importante ainda: numa época em que as grandes penalidades falhadas quase custaram o campeonato, assumiu o risco de converter num momento decisivo e não falhou. Ainda serviu Jackson no segundo golo e atirou uma bola ao poste. Decisivo.

O momento: o pecado de Luiz Carlos

Uma das figuras mais em destaque na sensacional temporada do Paços de Ferreira, acabou por ficar ligado à história do encontro com um passe atrasado que abriu caminho para o triunfo dos dragões. James percebeu a intenção do belo médio já contratado pelo Sp. Braga e sofreu falta de Ricardo. Expulsão acertada do defesa e penalty, se bem que a carga foi fora da área. Paços com dez, de qualquer forma, e hipóteses reduzidas de sucesso.

Outros destaques:

Silvestre Varela:

Bela exibição do extremo na Mata Real. Canalizou jogo pelo seu flanco e não se atemorizou perante Tony, um lateral extremamente aguerrido. Ganhou vários duelos e provou ter chegado à fase decisiva da temporada num belo momento de forma. Aliás: com Atsu fora das contas (enquanto negoceia renovação), Izmaylov no banco e James nem sempre feliz, Varela foi o ala mais influente nos últimos cinco jogos do F.C. Porto.

James Rodriguez

Um momento decisivo: percebeu o que Luiz Carlos iria fazer e cortou a linha de passe do médio, isolando-se a caminho da baliza de Cássio. Sofreu o toque de Ricardo e provocou a expulsão do central. Por ali que se começou a desenhar a vitória portista.

Jackson Martínez

Não consegue disfarçar algum cansaço acumulado, ele que esteve em todos os jogos disputados pelo F.C. Porto nesta Liga. Tem sido observado presencialmente, semana após semana, pelo Borussia Dortmund. No último jogo da época, regressou aos golos e precipitou a festa em Paços de Ferreira, numa bela finalização. Prémio para uma grande temporada de estreia na Liga. Melhor marcador da competição.

Paços de Ferreira

A equipa pacense não merecia a pressão e as suspeitas acumuladas ao longo da semana. A decisão do título abafou o apuramento para a Liga dos Campeões e obrigou os jogadores de Paulo Fonseca a terem um papel que não queriam neste domingo. Mostraram, uma vez mais, que têm qualidade acima da média. Mesmo com dez elementos, colocaram o F.C. Porto em sentido até ao 0-2. Merecem a sua festa e a Liga dos Campeões.

Danilo

A nota negativa neste final de tarde em Paços de Ferreira. Chegou rotulado de craque, Alex Sandro como a promessa, mas os adeptos do F.C. Porto têm percebido o contrário: o esquerdino parece um atleta maduro, seguro de si, um jogador de topo, enquanto Danilo vacila, anda entre a arte e o desespero. Na Mata Real, erros atrás de erros, um amarelo e outro com uma hora de jogo completamente justificado. Não se percebe.