Os condimentos eram simples e pediam uma resposta na mesma medida. Última jornada do campeonato e duas equipas com vidas resolvidas. Mais que isso, duas equipas que praticaram bom futebol ao longo da época com vidas resolvidas. Livres de qualquer pressão pedia-se apenas um bom jogo para fecho de calendário. Não sendo brilhante, não desiludiu de todo, principalmente durante os primeiros 45 minutos. Quedou-se por um empate a dois, mais feliz para os algarvios que, assim, ficam-se pelo 13º lugar. O Paços de Ferreira iguala o U. Leiria no 9º posto, com 35 pontos.

Na primeira parte, o Paços de Ferreira deu duas lições. A primeira de como abordar um encontro com estas características. Solta e atrevida, a equipa pacense foi construindo jogadas de perigo umas atrás das outras. O empurrão dado pelo golo madrugador de Romeu Torres (5 minutos), após canto, foi o tónico extra para uma equipa já de si desimpedida. Note-se que o Paços só fez uma falta em toda a primeira parte! Depois, veio a segunda lição: como não fazer na hora de rematar à baliza.

Quando o relógio apontou a meia hora de jogo, já os «castores» podiam estar com vantagem suficiente para gerir durante o resto do encontro. Olímpio ameaçou de Livre; Maykon desperdiçou na área com um remate torto; Romeu Torres perdeu o «bis» de cabeça; Livramento meteu a bola na trave por duas vezes em minutos consecutivos; Pizzi fechou o rol de perdidas com um cabeceamento para fora, quando estava sozinho.

Candeias mexe, Djalmir repõe

A partir da meia hora o Paços tirou o pé do acelerador e o Olhanense aproveitou. Djalmir, como que senhor da experiência, mostrou aos da casa como se faz. Deu uma de avanço, quando após passe de Rui Baião permitiu a defesa a Cássio. Mas, após o canto que daí resultou, não perdoou e empatou. Com dois remates, o Olhanense conseguia o mesmo que o Paços de Ferreira com, pelo menos, o triplo.

O segundo tempo não teve nada a ver com o primeiro. Mais atabalhoado e, em grande parte, mal jogado. Os castores não tiveram a mesma imaginação e consistência nas jogadas de ataque, com mérito, também, para a maior organização defensiva algarvia.

Mas, como que aprendendo a lição da primeira parte, o Paços marca numa das primeiras vezes que chega à baliza na segunda parte. Sem o mesmo brilhantismo, mas muito mais eficaz. Candeias aproveita uma bola socada por Ricardo Ferreira para fazer o segundo da equipa da capital do móvel.

Curiosamente, logo no minuto seguinte, Djalmir quase empatou de novo. Excelente cruzamento de Rui Baião e o avançado brasileiro a cabecear ao poste. Cássio estava tão batido que até se assustou quando a bola ressaltou no ferro. Não ia tardar muito até ter de ir buscar de novo a bola ao fundo da baliza. Abertura de Rui Baião a apanhar Djalmir solto na direita. O brasileiro, como é habitual, não perdoou e voltou a repor a igualdade.

Antes do final, as duas equipas poderiam ter garantido o triunfo. Primeiro Rabiola atirou ao poste, após bom lance individual. Depois, Romeu Torres tirou um chapéu...quase perfeito. Alguns centímetros para a esquerda e seria o herói da tarde. Esse posto, afinal, foi mesmo para Djalmir.