Com as duas equipas em cadeia na classificação e obrigadas a ganhar, P. Ferreira e Rio Ave não esperariam ceder pontos na luta na permanência. Superiores os castores e, acima de tudo, mais rápidos e imaginativos na 2.ª parte frente a vilacondenses hesitantes e indeterminados na protecção da baliza de Paiva.
A partida confirmou a má posição das duas equipas com muitos maus exemplos do que não deve ser o futebol. A primeira parte, aliás, não teve um remate enquadrado com a baliza. Por aí já se vê a fraca qualidade do espectáculo que haveria de conhecer a reviravolta na 2.ª parte.
Na estrada do risco e quando só a vitória podia interessar para alimentar a manobra de «fuga» aos últimos lugares, a forma como o marcador evoluiu não foi castigadora para o Rio Ave.
Numa partida equilibrada e com o futebol ainda distante das balizas, qualquer um que fosse derrotado sairia mais fragilizado. Sinal menos para os vilacondenses, reféns da má exibição de um meio-campo que não existiu e sem dar saída à demasiada pressão no círculo defensivo que o P. Ferreira montou com ocasiões em série.
André Pinto e Jorginho ficaram perto de abrir o activo. No instante seguinte, Leandro Tatu não falhou no canto apontado por Ferreira e fez o golo de cabeça para contentamento dos pacenses que já desesperavam nas bancadas.
Entre vários capítulos de pressão, os pontapés que a equipa amarela produziu na generalidade à baliza durante muitos minutos revelaram maior presença combativa e perigosa, pela forma como, desde o início, procurou tirar partido das bolas paradas, primeira razão do desespero da defesa do Rio Ave.
Era preciso inteligência e serenidade, já que a criatividade destes jogadores não era muita e com os nervos em franja a formação vilacondense ficou encostada à baliza. A maior simplicidade de processos nas transições para o ataque acentuou o domínio dos homens de Paulo Sérgio por comparação com um Rio Ave demasiado previsível e resumido à condição de figurante perante o maior brilho amarelo.
Leandro Tatu e Rui Miguel compuseram a resposta final nos ensaios de superioridade frente a um Rio Ave de muitos deveres tácticos, organizado atrás, sem aparecer muito em jogo e a perder velocidade nas saídas para o ataque. No restante, que não foi muito, só Chidi procurou reequilibrar as contas com um remate cruzado. Além disto, muito pouco saltou à vista do contragolpe verde e branco.
O P. Ferreira, mais do que o Rio Ave, afirmou que estava com fome de vencer e mostrou maior ritmo e mais eficácia na 2.ª parte. Produziu mais. Um reconhecimento claro no relvado que permite a Paulo Sérgio chegar a esta fase da época em condições mínimas de relançar a equipa para um final de temporada menos intranquila. Globalmente soube controlar o jogo frente a um concorrente directo que esteve receoso e preocupante.